Rio tem sete vezes mais casos de dengue do que em 2014

Estado registrou, até 21 de outubro, 56,5 mil infectados pelo vírus; secretaria diz que risco de epidemia é baixo

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Por Fabio Grellet
Atualização:
Circulação de tipo 1 da doença preocupa menos Foto: REUTERS/Ma Qiang

O Estado do Rio registrou neste ano, até 21 de outubro, 56.568 casos de dengue - mais de sete vezes o número registrado no mesmo período de 2014 (7.819), segundo a Secretaria Estadual de Saúde. Houve 19 mortes - foram 10 em todo o ano passado. Atualmente, nenhum município fluminense enfrenta epidemia da doença, mas os números deixam a população temerosa.

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A expectativa da Secretaria de Saúde, que monitora a evolução dos casos, é de que a situação não se agrave. “O maior número de mortes (7 das 19) aconteceu em Resende (município no sul fluminense, próximo da divisa com São Paulo), mas os casos se concentraram em fevereiro e março. Depois desse pico, a situação está sob controle”, afirmou Alexandre Chieppe, subsecretário de Vigilância em Saúde da pasta.

Só haverá risco de epidemia, segundo Chieppe, se mudar o tipo predominante de vírus no Rio. Existem quatro formas de vírus causadores da dengue. Quem contrai a doença uma vez se torna imune àquele tipo de vírus, mas pode ser contaminado pelos outros três. Por causa das condições de transmissão, um tipo de vírus costuma ser predominante em uma população durante ciclos que variam de três a cinco anos. Depois disso, como a maioria das pessoas estará imunizada contra aquele vírus, é outro que passará a causar a doença com frequência.

Risco pequeno. Hoje, o vírus circulante no Rio é o tipo 1, informou Chieppe. Na maioria das cidades fluminenses esse tipo não é novo, por isso o risco de haver epidemia é considerado pequeno.

“Não sabemos até quando a predominância verificada até agora continuará. Pode ser que mude, mas, se continuar, a incidência da dengue será menos grave. Algumas cidades não tiveram contato recente com esse tipo, então, é possível que haja concentração de casos nesses lugares. Mas será uma situação pontual, não deve acontecer uma epidemia generalizada.”

Conforme Chieppe, o vírus 2 foi predominante na maior parte do Estado em 2008 e 2009. O vírus 3, de 2001 a 2003. O 4 é mais recente - circulou em 2013 e 2014. “O maior risco (de epidemia) é se o vírus 3 começar a se proliferar. Como faz mais de dez anos que ele deixou de ser predominante, o número de pessoas não imunizadas contra ele é grande. Então, o número de vítimas em potencial seria maior.”

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