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Robonauta é o 1º androide que viajará à Estação Espacial Internacional

R2 partirá a bordo da Discovery para ajudar na manutenção da ISS e já tem até conta no Twitter

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Por Redação
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WASHINGTON - O androide Robonauta será o primeiro robô da história a viajar para o espaço com a missão de ajudar na manutenção da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). A ISS, que este ano completa uma década com tripulação a bordo, já recebeu cerca de 200 visitantes de 15 países, mas todos humanos. O robô de última geração apelidado de R2, igual ao seu "alter ego" da saga "Guerra nas Estrelas", não vai retornar à Terra. Como fruto da atual geração tecnológica, ele já aderiu às últimas tendências e tem até conta no Twitter, a partir da qual narrará sua aventura espacial. Um dos exemplares do androide partirá a bordo da nave Discovery, missão que não será lançada antes do dia 30, e enquanto isso passa por testes no laboratório Destiny, onde engenheiros da agência espacial americana lhe dão novas tarefas. Os cientistas querem estudar como o robô responde à gravidade e como é para os astronautas trabalhar lado a lado com um androide, situação que até recentemente pertencia ao universo da ficção científica. Por enquanto, viaja apenas o tronco do Robonauta, mas suas extremidades inferiores já estão sendo desenvolvidas. Fabricado com fibra de carbono niquelado e alumínio, o R2 pesa 136 quilos e tem cerca de um metro da cintura à cabeça e 60 centímetros de ombro a ombro. Também conta com braços extensíveis (que se recolhem e aumentam), mãos com mobilidade rotacional e cinco dedos com capacidade para recolher até 2,5 quilos cada. A cabeça do androide é formada por um capacete de ouro com vidro fumê na altura dos olhos, que abriga um equipamento de visão. O Robonauta tem cinco câmeras, duas para captar imagens exteriores, duas auxiliares e uma infravermelha instalada na boca. O robô pensa, literalmente, com o estômago, já que o tronco é o único lugar com espaço suficiente para instalar os 38 processadores para PC que lhe dão capacidade operacional. Além disso, leva uma mochila que abriga o sistema de conversão de energia, onde ele pode ser ligado e desligado, o que deve servir para armazenar suas baterias durante expedição por algum planeta. De acordo com o desempenho do R2, a Nasa deve atualizar seu software e talvez um dia o permita sair da ISS para ajudar astronautas a fazer reparos ou trabalhos científicos. O androide já passou por uma grande quantidade de testes até ficar pronto para essa missão. Entre as provas, estão as de vibração, resistência ao vácuo e à radiação. Os materiais que o compõem atendem a requisitos de segurança, e uma cobertura foi adicionada para reduzir possíveis interferências eletromagnéticas. "Esse projeto é um exemplo de que a nova geração de robôs pode trabalhar na Terra e no espaço, não substituindo o homem, mas funcionando como um parceiro que possa desenvolver tarefas fundamentais de apoio", disse John Olson, diretor do Gabinete de Sistemas de Integração de Exploração da Nasa. A história do Robonauta remonta a 1997, quando a agência espacial cogitou construir um humanoide para auxiliar os astronautas em determinadas tarefas, com a ideia de que "um par de mãos" a mais seria muito útil. O robô também foi projetado para realizar determinadas tarefas que podem ser perigosas à tripulação, ou mesmo para o inverso: trabalhos rotineiros que tomam muito tempo aos astronautas, que nesse período poderiam desempenhar atividades mais importantes. O primeiro resultado dessa ideia foi o R1, irmão mais novo do R2, um protótipo capaz de executar tarefas de manutenção e usar rodas em uma plataforma para, por exemplo, explorar a superfície da Lua ou de Marte, a próxima grande meta da Nasa. No entanto, o R1 não passou de um protótipo, e o projeto foi interrompido em 2006, até que nesse mesmo ano a General Motors mostrou interesse em participar da criação do robô, e um ano mais tarde foi assinada uma parceria com a agência espacial. Em fevereiro de 2010, o R2 foi apresentado oficialmente, com uma tecnologia mais avançada e competências até hoje nunca vistas em um androide. A Nasa está animada com esse empreendimento, que pode ser o início de uma nova era de exploração espacial para estudar objetos próximos à Terra, como asteroides, cometas e eventualmente chegar a Marte.

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