19 de agosto de 2011 | 13h00
Empresas russas revelaram seus planos na inauguração de um show aéreo esta semana em Zhukovsky, nos arredores de Moscou, dizendo que já estavam disputando a corrida para construir uma nova aeronave para levar as pessoas ao espaço, após a aposentadoria do ônibus espacial da Nasa em abril.
A RKK Energia revelou planos para substituir o ônibus espacial e a Orbital Technologies disse esperar fabricar um hotel orbital com quartos para sete hóspedes até 2016. Outros planos incluem voos turísticos para o lado escuro da Lua e, até 2030, para Marte.
"O turismo espacial é um negócio real e que cresce rápido", disse Sergei Kostenko, diretor da empresa russa Orbital Technologies, no show aéreo MAKS. "Quem conseguir construir a primeira nova nave espacial agora vai colher grandes dividendos."
Embora a Rússia detenha atualmente um monopólio sobre corridas ao espaço a bordo da Soyuz, sua nave de design soviético, começa em desvantagem.
Especialistas estrangeiros dizem duvidar que as empresas russas possam alcançar esses objetivos ambiciosos porque não têm fundos e mesmo as autoridades do país disseram que seria difícil rivalizar com empresas do setor privado norte-americano, que agora competem por contratos com a Nasa.
"Os Estados Unidos têm agora mais possibilidades do que nós", disse Alexander Derechin, vice-chefe de projetos da RKK Energia, a empreiteira espacial que é em parte propriedade do governo russo.
Ele disse que os Estados Unidos tomaram "uma decisão muito sábia" no planejamento de uma nave espacial financiada pelo estado e que a Rússia enfrentava dura competição de empresas como a Boeing Co e a Lockheed Martin, assim como de empresas iniciantes.
"Mas devemos fazer uma nave espacial financiada pelo estado, embora de uma maneira que ela também seja comercialmente competitiva. É uma missão muito difícil", disse Derechin.
A Rússia não pode vender lugares para turistas até 2013. Transporta astronautas europeus e americanos - por mais de 50 milhões de dólares por viagem - em sua Soyuz, que é a única maneira de alcançar a Estação Espacial Internacional, já que o ônibus espacial americano foi posto de lado.
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