A realização de exames e cirurgias eletivas também voltou a funcionar após a paralisação da quarta-feira - quando apenas 4 mil pacientes foram atendidos na Santa Casa. Em média, 10 mil pessoas recorrem todos os dias à Santa Casa. Na entrada da Rua Dona Veridiana, um cartaz do hospital indicava onde as pessoas poderiam buscar informações sobre as consultas, cirurgias e exames cancelados, que estavam sem previsão de reagendamento. "Quando soube que tinham parado de atender algumas pessoas, fiquei muito preocupada", diz a dona de casa Maria Aparecida Santos, de 63 anos, que trouxe o neto, Ricardo de Jesus, de 8 anos, para fazer um exame de sangue. Há quatro meses, o garoto não vai à escola. As dores provocadas por artrite e reumatismo o fazem andar, a muito custo, com os ombros arqueados e o quadril ligeiramente inclinado para trás. O exame feito nesta quinta é importante para a continuidade do tratamento. "Eu não sei o que seria se ele não pudesse fazer", comenta a avó. Menos sorte teve a paciente Ângela Cristina, de 57 anos, que há um ano não consegue receber o resultado de uma tomografia de braços e mão. Segundo ela, o exame foi feito em julho de 2013 na própria Santa Casa e tem sido requisitado pelo hospital para o próximo passo, uma consulta com especialista. Na quarta-feira, tentou receber o resultado do exame mas, por causa da paralisação, não conseguiu entrar na unidade. Nesta quinta, não conseguiu ir para a consulta, que diz ter marcado há seis meses, porque não tinha o resultado do exame. De acordo com a assessoria de imprensa da Santa Casa, os pacientes que tinham exames marcados mas não foram atendidos no dia da paralisação têm uma semana para realizá-los. Basta mostrar o comprovante de agendamento. No entanto, todas as cirurgias eletivas terão de ser remarcadas. E os pacientes prejudicados não vão ter, necessariamente, prioridade. Segundo a assessoria, o hospital vai "analisar caso a caso para redefinir a agenda".