PUBLICIDADE

Santa Casa inicia a demissão de 1.397 funcionários

184 médicos estão na lista; rescisões serão parceladas em até 23 meses, o que enfrenta resistência de sindicatos

Por Isabela Palhares
Atualização:
Santa Casa de Misericórdia deSão Paulo enfrenta crise e iniciou processo de demissões Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO

SÃO PAULO - A Santa Casa de São Paulo começou nesta terça-feira, 13, a demitir 1.397 funcionários, cerca de 12% do quadro total. As demissões fazem parte do plano de reestruturação da instituição, que estima economizar R$ 7 milhões por mês com a medida. Com a previsão de gastar R$ 60 milhões com as rescisões, a entidade informou que parcelará o pagamento aos demitidos, o que ainda enfrenta resistência dos sindicatos.

PUBLICIDADE

“É legítimo que o sindicato não aceite, até porque a proposta que estamos fazendo não é boa, mas é a proposta que conseguimos fazer. Consideramos digna, mas não boa. Ela ainda assim é melhor para os funcionários do que uma discussão na Justiça”, disse o superintendente José Carlos Vilela. A proposta é pagar os débitos trabalhistas em até 23 meses. 

Excesso. Vilela negou que as demissões possam afetar o atendimento médico, já que havia um “excesso de pessoal” na Santa Casa desde o início do ano.

Eder Gatti, presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo, disse entender a necessidade das demissões e as dificuldades financeiras da Santa Casa – que acumula dívida de R$ 800 milhões –, mas afirmou que os funcionários estão sendo prejudicados com o parcelamento. “Fizemos diversas propostas para evitar um prejuízo maior aos demitidos e nenhuma delas foi aceita pela Santa Casa. Não há negociação com eles.”

Dos 1.397 demitidos, 1.050 são da área administrativa e há 184 médicos. Edgar Veloso, diretor do Sinsaude, sindicato que representa funcionários técnicos e administrativos, disse que os demitidos devem avaliar se aceitam a proposta da Santa Casa e, se não quiserem, podem ingressar com ação coletiva contra a entidade. “Depois de tantos meses trabalhando sob pressão e de serem demitidos, ainda não vão receber os direitos trabalhistas. Eles estão indignados”, disse.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.