Santa Catarina busca idosos que recusaram vacinação contra covid

Faixa etária de 90 anos ou mais alcançou apenas 50% de cobertura vacinal, incluindo a segunda dose

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Por José Maria Tomazela
Atualização:

SOROCABA - Após constatar que idosos não compareceram para tomar a primeira nem a segunda dose da vacina contra a covid-19, a secretaria de saúde de Santa Catarina recomendou que os agentes municipais fossem atrás dessas pessoas, usando rede social, telefone ou visita domiciliar. Conforme a pasta, os dados dos 295 municípios indicam que a faixa etária de 90 anos ou mais alcançou apenas 50% de cobertura vacinal, incluindo a segunda dose.

Como uma parcela menor recebeu a vacina de Oxford/AstraZeneca, estes ainda estão no prazo para a segunda dose. Muitos outros, no entanto, estão sem as duas ou, pelo menos, a segunda aplicação.“Temos conhecimento que, deste público, alguns se recusaram a receber a vacina. No entanto, na maior parte desses casos, eles não tomaram nem a primeira dose”, informou, em nota, a pasta. Segundo a secretaria, os gestores municipais orientam sobre a importância da vacinação.

Faixa etária de 90 anos ou mais alcançou apenas 50% de cobertura vacinal em Santa Catarina Foto: Joedson Alves/Efe

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Em outros Estados, também houve idosos que escaparam da vacinação. Em Pernambuco, a secretária municipal de saúde de Olinda, Luciana Lopes, disse que alguns idosos desistiram da segunda dose, porém, é possível que eles tenham completado a imunização em outros locais. A secretaria de saúde do Estado informou que não recebeu relato sobre dificuldades com a aplicação da segunda dose. Segundo a pasta, toda população acima de 85 anos já recebeu a primeira dose da Coronavac ou da vacina de Oxford. “No caso da vacina Oxford/AstraZeneca, a segunda dose deve ocorrer apenas três meses após a primeira aplicação”, informou.

Em Cuiabá, capital do Mato Grosso, muitos idosos que tinham recebido a primeira dose se apresentaram para a segunda antes do prazo e tiveram de voltar para casa, o que gerou confusão. Destes, uma parte não retornou no prazo para completar a imunização. Segundo a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Valéria de Oliveira, assim que o idoso recebe a primeira dose, é marcada em seu cartão a data em que deve comparecer para a segunda aplicação, mas muitos ignoraram esse dado. Segundo ela, as equipes estão buscando contatar esses idosos para completar a dosagem. Os agentes se deslocaram à zona rural para aplicar a vacina em 208 idosos que já tinham recebido a dose inicial.

Na capital de Tocantins, Palmas, idosos que receberam a primeira dose desistiram da segunda aplicação depois de se dirigir aos postos de saúde e não encontrar a vacina. Nos casos, relatados em redes sociais, eles tinham tomado a Coronavac e deveriam ter a segunda dose no prazo máximo de um mês. A secretaria de saúde de Palmas informou que todas as pessoas que receberam a primeira aplicação têm garantida a segunda dose. Basta que os não vacinados compareçam a uma das 24 salas de vacinação montadas na capital.

Conforme o Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass), as vacinas atuam na prevenção, induzindo a criação de anticorpos por parte do sistema imunológico e são, até o momento, a principal arma contra a covid-19. No caso das vacinas empregadas no Brasil, a imunização é garantida após a segunda dose. No caso da Coronavac/Butantã, esta deve ser aplicada em intervalo de 14 a 28 dias após a primeira dose. Já a vacina Astrazeneca/Fiocruz tem a segunda aplicação 90 dias após a primeira. Questionada sobre o não comparecimento dos mais idosos para tomar a segunda dose, a entidade informou que busca mais informações junto aos gestores nos Estados.