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Sarampo aumenta no Estado de SP e Secretaria amplia vacinação

Cinco municípios, além da capital, terão campanha, com foco em jovens de 15 a 29 anos

Por Julia Marques
Atualização:

SÃO PAULO - O número de casos de sarampo aumentou 304% em um mês no Estado de São Paulo. Segundo dados divulgados pela Secretaria do Estado da Saúde nesta sexta-feira, 5, os registros passaram de 51, no início de junho, para 206 até agora. Para impedir o avanço da doença, a pasta ampliará, a partir da próxima quinta-feira, 11, a campanha de vacinação para outras cinco cidades, além da capital.

A meta é imunizar a maior parte da população na faixa etária dos 15 aos 29 anos, a que concentra o maior número de registros sarampo. Segundo dados da Secretaria da Saúde, embora representem aproximadamente 20% da população paulista, esses jovens respondem por a quase metade do total de casos do Estado. 

Brasil tinha sido certificado pela erradicação da doença em 2016, mas ela voltou este ano e faz país repensar estratégia de imunização. Foto: Werther Santana/Estadão

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Foram 98 registros na faixa etária dos 15 aos 29 anos. Outros 36 casos se referem a crianças com menos de 12 meses.

A capital paulista concentra o maior número de casos (137), mas também há registros em Santo André (12), São Bernardo do Campo (7), Guarulhos (5), Osasco (2). A campanha vai mirar esses municípios, além de São Caetano, onde foi identificada a circulação do vírus. 

Coordenador de Controle de Doenças, Paulo Menezes explica que serão planejadas ações para ir atrás da população mais vulnerável. Jovens de 15 a 29 estão mais sujeitos a ter sarampo porque podem não ter tomado as duas doses da vacina - no passado, apenas uma dose era recomendada. 

"Vamos sair das unidades de saúde para vacinar jovens onde eles estão ou passam, como terminais, metrô, shopping, parques", disse Menezes. Escolas de ensino médio e faculdades também estão no radar. Outra estratégia é a divulgação da campanha em mídias sociais, com influenciadores. A vacinação será feita de forma indiscriminada e a carteirinha não será exigida. 

Na capital paulista, onde uma campanha de vacinação contra o sarampo ocorre desde o dia 10 de junho, só 1,6% das pessoas nessa faixa etária foram imunizadas. "Eles não estão muito mobilizados a se vacinar", diz Menezes. Quem não tem certeza se tomou as duas doses também pode se vacinar. 

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Nesta quinta-feira, a Universidade de São Paulo (USP) comunicou a detecção de um caso em um estudante e organizou uma vacinação de bloqueio para alunos e funcionários da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) nesta sexta-feira. 

Para a campanha de vacinação, serão necessárias doses extras da vacina, que foram pedidas ao Ministério da Saúde. Essas remessas devem ser enviadas de modo escalonado nas próximas semanas. Para a mobilização fora das UBSs, a Secretaria prevê a necessidade de pagamento de horas extras a funcionários. 

Brasil

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, demonstroupreocupação com o avanço do sarampo. Ele fez um alerta, nesta sexta-feira, 5, sobre a importância da vacinação para barrar a disseminação da doença. 

“É preciso que as pessoas tomem, cada um, sua responsabilidade para a gente não ver voltar doenças que nós temos todo o controle, toda a sabedoria da ciência por trás para fazer o controle”, disse, após participar do Congresso da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, na capital paulista. 

Neste ano, o País perdeu o certificado de país livre do sarampo, dado pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) em 2016.  Segundo o ministro, o Estado de São Paulo solicitou 3 milhões de doses da vacina contra o sarampo. /COM AGÊNCIA BRASIL

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