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Secretaria da Saúde confirma a morte de dois bebês por sarampo em São Paulo

Menina de Osasco e menino de São Paulo estavam fora da faixa etária para a qual a vacinação é recomendada

Foto do author Fabiana Cambricoli
Por Fabiana Cambricoli
Atualização:

SÃO PAULO - A Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo confirmou nesta sexta-feira, 30, a morte de dois bebês por sarampo na Grande São Paulo. Com isso, já são três óbitos confirmados pela doença no Estado após um período de 22 anos sem o vírus fazer vítimas fatais em território paulista.

De acordo com a secretaria, as vítimas são uma menina de 4 meses, de Osasco, e um menino de 9 meses, morador da capital. Ambos estavam fora da faixa etária para a qual a vacina é indicada.

Prevenção é feita por meio da vacina Foto: REUTERS/Bernardo Montoya

Regularmente, por questões de segurança e eficácia, as duas doses da vacina devem ser dadas aos 12 e 15 meses, mas, por conta do surto que acontece no País, o Ministério da Saúde determinou, no início de agosto, que a imunização poderia, excepcionalmente, ser feita a partir dos seis meses de idade. O bebê de 9 meses foi infectado antes da nova determinação, no meio de julho. Já a criança de Barueri, pela pouca idade, não poderia ser imunizada nem de acordo com o protocolo excepcional.

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Os bebês menores de 1 ano são considerados os mais vulneráveis a casos graves e óbitos por sarampo e representam, atualmente, 13% do total de casos registrados no Estado. De acordo com a secretaria, já foram confirmados 2.457 registros da doença neste ano e outros cerca de 10 mil estão em investigação.

O primeiro óbito por sarampo foi confirmado pelas autoridades sanitárias na quarta-feira, 28. A vítima era um homem de 42 anos, não vacinado e que tinha uma condição imunológica mais frágil por causa de uma cirurgia para retirada do baço.

Recomendações

Diante da morte dos dois bebês por sarampo, a secretaria reforçou a necessidade de vacinação para a população ainda não protegida. Além da proteção individual, a alta cobertura vacinal permite que menos pessoas carreguem o vírus e, com isso, reduz o risco de que pessoas que não podem tomar a vacina (bebês muito novos, por exemplo) sejam contaminadas.

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O mesmo alerta é feito pela médica Mônica Levi, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). "A vacina não é um benefício apenas para quem toma, tem de pensar como comunidade, tem de colaborar, porque tem gente com contraindicação para a vacina, não pode tomá-la, e por isso que é importante barrar ao máximo a circulação do vírus por meio da vacinação coletiva", destacou.

Embora a campanha de vacinação voltada para pessoas de 15 a 29 anos se encerre na capital neste sábado, 31, a vacina continua disponível nos postos de saúde gratuitamente para todas as pessoas não vacinadas, inclusive bebês de 6 a 12 meses.

É importante lembrar que a chamada “dose zero” (aquela dada aos bebês menores de 1 ano) não será contabilizada no calendário nacional de vacinação da criança, ou seja, os pais ou responsáveis também deverão levar as crianças aos postos aos 12 e 15 meses para receber a vacina de rotina contra o sarampo.

A secretaria também recomendou para as mães e pais de crianças com idade inferior a 6 meses evitar exposição a aglomerações, manter higienização e ventilação adequadas de ambientes e procurar imediatamente um serviço de saúde diante de qualquer sintoma da doença, como manchas vermelhas pelo corpo, febre, coriza, conjuntivite, manchas brancas na mucosa bucal. 

Correções

Diferentemente do que foi informado inicialmente pela Secretaria Estadual da Saúde, um dos casos de morte foi em Osasco, e não em Barueri. 

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