Secretário de SP diz que soube pela imprensa de testes estocados pelo governo federal

Jean Gorinchteyn disse que o Estado precisa ter acesso ao material para otimizar capacidade de testagem. 'Estadão' revelou que exames do tipo RT-PCR, estocados em Guarulhos, estão se aproximando da data de validade

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Por Redação
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O secretário da Saúde do Estado de São Paulo Jean Gorinchteyn disse nesta segunda-feira, 23, que ficou sabendo pela imprensa dos testes de diagnóstico da covid-19 estocados pelo governo federal. Os exames do tipo RT-PCR estão próximos de atingir a data de validade, como revelou o Estadão neste domingo, 22

Representantes do governo paulistas falaram sobre o tema nesta segunda-feira, 23 Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO

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“Temos 7 milhões de testes que acabamos por ter conhecimento pela imprensa. Precisamos ter acesso a esses testes porque dessa forma poderemos otimizar ainda mais (a capacidade de testagem). Temos estrutura para fazer isso”, disse Gorinchteyn em coletiva de imprensa realizada pelo governo na sede do Instituto Butantã

O secretário destacou a realização de mais de 10 mil testes diários, o que colocaria o Estado em um patamar de mais de cem testes por 100 mil habitantes. O governo define esse nível como o mais elevado da América Latina e próximo de países da Europa. “O fato de testarmos mais ajuda a entender melhor a dinâmica da pandemia no nosso meio e é isso que continuaremos a fazer: testar, testar e testar.”

Gorinchteyn disse que “todo o apoio que o Ministério da Saúde deu em relação a testagens foram implementados” em São Paulo. Como revelou o Estadão, os exames comprados pelo Ministério da Saúde perdem a validade entre dezembro deste ano e janeiro de 2021 e podem acabar no lixo. Cobrado sobre o assunto nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro jogou a culpa em Estados e municípios.

"Todo o material foi enviado para Estados e municípios. Se algum Estado/município não utilizou deve apresentar seus motivos (sic.)", disse Bolsonaro a um apoiador que o questionou se a informação procedia.  Não é verdade que todo o material foi encaminhado. Como mostrou o Estadão, os testes estão num depósito do governo em Guarulhos e não foram repassados para a rede pública. Os dados sobre o prazo de validade dos testes em estoque estão registrados em documentos internos do próprio Ministério da Saúde.

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