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Segunda dose da vacina contra a covid deve ser tomada mesmo fora do prazo, orienta ministério

Atraso na entrega de lotes da Coronavac ameaça cronograma de grupos que já tomaram a primeira dose; ministério diz que novas remessas estão previstas para o início de maio

Foto do author Fabiana Cambricoli
Por Fabiana Cambricoli
Atualização:

SÃO PAULO - Diante do atraso na entrega de doses da Coronavac e relatos de municípios que tiveram que suspender a campanha por escassez do imunizante, o Ministério da Saúde informou nesta terça-feira, 27, que a segunda dose da vacina deve ser tomada mesmo fora do prazo - assim que estiver disponível. No caso da Coronavac, o intervalo máximo originalmente previsto pelo Instituto Butantan entre a primeira e a segunda dose é de 28 dias.

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"A população deve tomar a segunda dose da vacina covid-19 mesmo que a aplicação ocorra fora do prazo recomendado pelo laboratório. Essa é a orientação do Ministério da Saúde, que reforça a importância de se completar o esquema vacinal para assegurar a proteção adequada contra a doença", disse o órgão, em nota distribuída à imprensa.

As recomendações estão em nota técnica finalizada nesta segunda-feira (26/04) pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). O documento destaca que o esquema vacinal deve ser concluído o mais rápido possível e que, embora seja provável que a eficácia não fique comprometida com um pequeno atraso na aplicação da segunda dose, a orientação é de que, sempre que possível, os intervalos definidos pelos fabricantes sejam cumpridos. Isso porque ainda não há estudos demonstrando o índice de eficácia do produto quando as doses são mais espaçadas.

Funcionário do Instituto Butantan fecha uma caixa com doses da Coronavac Foto: Amanda Perobelli/ Reuters

"Informa-se que é improvável que intervalos aumentados entre as doses das vacinas covid-19 ocasionem a redução na eficácia do esquema vacinal. No entanto, atrasos em relação ao intervalo máximo recomendado para cada vacina (4 semanas - Sinovac/Butantan) devem ser evitados uma vez que não se pode assegurar a devida proteção do indivíduo até a administração da segunda dose. Observa-se que, ainda que ocorram atrasos no esquema vacinal, o mesmo deverá ser compltado com a administração da segunda dose o mais rápido possível", detalhou o ministério na nota técnica. O ministério não informou qual seria o intervalo máximo permitido para conclusão do esquema vacinal mesmo fora do prazo. De acordo com a pasta, ao menos 416.507 pessoas estão com a segunda dose pendente. Eles fazem parte de três grupos prioritários:  3% dos trabalhadores da saúde, 6,2% das forças de segurança, salvamento e Forças Armadas e 1,9% dos idosos entre 60 e 64 anos.

A previsão de envio da segunda dose para esses grupos é para a primeira semana de maio, o que, de acordo com o órgão, permitirá o cumprimento do ciclo vacinal no tempo adequado pois essas pessoas teriam começado a ser vacinadas no meio de abril.

No entanto, há relatos de moradores de cidades como Maceió que dizem ter sido imunizados na primeira semana de abril e, ao retornarem ao posto após 21 dias, conforme data agendada, foram informados de que não havia imunizante. Nesse caso, eles precisam que as doses cheguem, de fato, na primeira semana de maio para que não recebam a segunda dose fora do prazo. O ministério diz estar prestando apoio aos Estados para garantir a compensação e o fechamento do esquema vacinal dos grupos prioritários iniciados, com a previsão de recebimento de novas remessas de vacinas na primeira quinzena de maio. "A recomendação é de que Estados e municípios sigam as orientações do governo federal quanto ao avanço da imunização dos grupos prioritários sequencialmente definidos no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO)", disse a pasta, em nota.

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