SP deve ser uma das primeiras cidades a receber programa Mais Especialidades

À frente da pasta da Saúde, Alexandre Padilha diz que pretende abrir novo concurso e acelerar obras atrasadas na capital 

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Por Paula Felix
Atualização:

SÃO PAULO - O novo secretário municipal de Saúde Alexandre Padilha afirmou nesta segunda-feira, 24, que a capital será uma das primeiras a aderir ao Mais Especialidades, programa do governo federal que tem como objetivo aumentar o número de médicos especialistas no País.

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"O que vou fazer é preparar a cidade de São Paulo para que ela seja uma das primeiras da classe da implantação do Mais Especialidades, por exemplo, com a ampliação das vagas de formação de residentes. Em janeiro do ano que vem, você tem a abertura de um novo ciclo de residentes que entram e quero preparar São Paulo", disse ele após tomar posse do cargo.

Ministro da Saúde entre 2011 e 2014 e criador do programa Mais Médicos, Padilha deverá usar sua influência e bom relacionamento dentro do governo federal para tentar destravar investimentos da União no sistema de saúde da capital.

Ministro da Saúde entre 2011 e 2014 e criador doMais Médicos, AlexandrePadilha deverá usar sua influência para tentar destravar investimentos da União para a capital paulista Foto: André Dusek/AE

"O maior desafio é colocar Estado, governo federal, setor privado e cidades da região metropolitana na mesma mesa para conversar. Podemos levar o atendimento de forma mais sustentável e fazer o que a população espera, que é ter atendimento humanizado e no tempo mais curto possível."

Troca. Padilha substitui José de Filippi Júnior, que deixa o cargo porque pretende se candidatar à prefeitura de Diadema no ano que vem. Integrantes da gestão municipal, no entanto, já demonstravam insatisfação com o andamento das ações da secretaria.

A área da saúde é uma das mais problemáticas da gestão Fernando Haddad. Em reportagem publicada no dia 2 deste mês, o Estado mostrou que a Secretaria Municipal de Saúde está entre as pastas com mais pendências no plano de metas. 

Dos três hospitais prometidos, na Brasilândia, zona norte da capital, na Vila Matilde, zona leste, e em Parelheiros, na zona sul, apenas o último deve ser entregue até 2016. Já em relação ao orçamento previsto para a pasta, de R$ 1,6 bilhão, apenas 6,5% tinham sido executados. O então secretário, José de Filippi Júnior disse, na época, que o site do plano de metas estava desatualizado e que 15,6% já tinham sido usados.

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Além disso, dos 146 equipamentos novos ou reformados que foram prometidos pela gestão, 19 tinham sido entregues e 28 estavam em obras.

Apesar do cenário, Padilha disse que pretende cumprir as metas da gestão. "Já foram construídas as bases. Agora, é pisar no acelerador nesse um ano e quatro meses que nos restam do primeiro governo do prefeito Fernando Haddad."

Sobre as obras atrasadas, ele disse que as articulações para agilizar o processo estão sendo feitas. "Vou usar a experiência do secretário Filippi, que será um coordenador de aceleração dessas obras. Já fiz uma reunião com o secretário (municipal) de Infraestrutura e conversei com o ministro Arthur Chioro para que aquilo que dependa da secretaria e do ministério possa ser acelerado."

Chioro, que estava presente na posse, afirmou que Padilha "vai fazer toda a diferença" na gestão da pasta e confirmou o suporte do ministério. "Ele pode contar com todo o apoio do Ministério da Saúde. O SUS (Sistema Único de Saúde) é uma criação interfederativa."

Concurso. O secretário disse ainda que um novo concurso para a área da saúde será realizado neste ano. "Vamos fazer o primeiro concurso daquele que será o melhor plano de carreiras para o médico que existe no SUS no Brasil inteiro. Vamos dar condições de trabalho e de salário para o médico atender na periferia de São Paulo."

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o salário inicial para jornada de 40 horas semanais será de R$ 12 mil. O deficit de médicos na capital é de 1.700 profissionais, de acordo com levantamento de julho da pasta.

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