
28 de julho de 2010 | 11h35
SÃO PAULO - A Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, por intermédio do Instituto Pasteur, iniciou a distribuição de 7,2 milhões de doses de vacina contra a raiva animal aos 645 municípios paulistas (veja relação de doses por região abaixo).
As prefeituras têm prazo até o final de setembro para iniciar a imunização contra a doença em cães e gatos. Na maioria das cidades, geralmente as campanhas ocorrem em agosto. Em 2009, foram imunizados contra a raiva cerca de 5 milhões de cães e 630 mil gatos em todo o Estado.
Nesta quinta-feira, 29, a secretaria promove uma videoconferência para orientar os profissionais de saúde dos municípios sobre a campanha. Neste ano, serão utilizadas vacinas produzidas a partir de cultivo celular, o que requer reforço na capacitação de equipes, principalmente em relação à conservação das doses.
Os técnicos do Instituto Pasteur transmitirão, por meio da videoconferência, as informações necessárias para subsidiar a vacinação nos municípios.
A maior quantidade de vacinas será enviada para a capital paulista (1,5 milhão de doses). O Estado chega, em 2010, ao nono ano seguido sem casos de raiva humana. O último registro da doença ocorreu em 2001, no município de Dracena, região de Presidente Prudente. A vítima, uma mulher, foi atacada por um gato que havia caçado um morcego infectado.
"É importante que, durante as campanhas de vacinação, a população também leve os gatos aos postos, não apenas os cachorros. Os felinos são mais predadores e estão mais sujeitos a caçar um morcego com raiva e se infectar", afirma Neide Takaoka, diretora do Instituto Pasteur, referência no País em controle da raiva.
A preocupação se justifica pela mudança no perfil epidemiológico da raiva em São Paulo. Até o final da década de 1990, os cães eram responsáveis pela transmissão da maioria dos casos em humanos. Atualmente, esse papel passou a ser desempenhado pelos morcegos.
A secretaria iniciou em 1975, de forma coordenada, a imunização contra a doença nos animais. Antigamente as pessoas atacadas por cão, gato ou morcego precisavam receber cerca de 20 vacinas na barriga para ficar imune à doença. Atualmente, são necessárias cinco doses no braço. Elas são aplicadas em qualquer situação de risco e buscam impedir a aparição da doença.
As doses em humanos são aplicadas em casos de pós-exposição (pessoas que tiveram qualquer tipo de acidente com mamíferos), mas também estão disponíveis em casos de pré-exposição, para veterinários, funcionários de canis, laçadores de cães e ecoturistas. Neste último caso, são aplicadas apenas três doses.
O Instituto Pasteur funciona diariamente das 8h às 20h, inclusive aos sábados, domingos e feriados. A unidade está localizada na Avenida Paulista, 393.
Distribuição da vacina contra raiva por região de SP:
CAPITAL 1.500.000
ABC 274.000
ALTO TIETÊ 452.000
FRANCO DA ROCHA 108.000
OSASCO 450.000
ARAÇATUBA 157.800
ARARAQUARA 195.000
ASSIS 97.000
BARRETOS 104.700
BAURU 198.600
BOTUCATU 143.100
CAMPINAS 740.000
FRANCA 110.000
MARÍLIA 150.000
PIRACICABA 280.000
PRESIDENTE PRUDENTE 208.300
VALE DO RIBEIRA 91.500
RIBEIRÃO PRETO 260.000
BAIXADA SANTISTA 270.000
SÃO JOÃO DA BOA VISTA 182.600
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO 355.078
SOROCABA 515.470
TAUBATÉ 399.925
TOTAL 7.243.073
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