SÃO PAULO - Ao menos 50 dos 520 postos de saúde, ou 9,6%, estavam sem vacina contra a covid-19 no início da tarde desta sexta-feira, 25, na cidade de São Paulo. No início da noite, 47 apareciam como "não funcionando" no sistema da Prefeitura, apesar da previsão de funcionamento ser até 19h.
Segundo dados da plataforma “Filômetro”, a zona sul foi a região mais afetada pelo desabastecimento, com 38 unidades que aguardavam o remanejamento de doses para reiniciar a imunização.
Nesta sexta-feira, a prioridade da Prefeitura foi vacinar pessoas de 47 anos. Para isso, a gestão municipal contava com um lote de 1oo mil doses, previsto para chegar na noite anterior. Desse total, 60 mil são da AstraZeneca e 40 mil da Pfizer, imunizante que precisa ficar armazenado em temperaturas muito baixas.
Entre os locais que interromperam a vacinação, estavam quatro drive-thrus (Arena Corinthians, Clube Atlético Monte Líbano, Shopping Campo Limpo e Shopping Jardim Sul) e dois megapostos (Centro Empresarial São Paulo e Shopping Ibirapuera). O horário de referência usado pela reportagem foi 12h30 para a contagem do início da tarde e 18h para a contagem do início da noite.
Região mais impactada, a zona sul está com 38 dos seus 159 postos “aguardando abastecimento”. Na Vila Andrade, região da favela de Paraisópolis, todas as cinco unidades interromperam o atendimento ao público. Já em Moema, os dois postos estavam funcionando, embora com “filas grandes”, de acordo com a plataforma.
As demais sete unidades desabastecidas ficam na zona leste. Os distritos afetados são: Itaquera, São Miguel, Aricanduva, Sapopemba, Vila Formosa, Pari e Carrão, com um posto fechado cada.
O Filômetro também apontava que havia alta procura no início da tarde em pelo menos 51 locais, todos com filas longas. A plataforma foi desenvolvida pela gestão Ricardo Nunes (MDB) para informar a população sobre a situação dos postos de saúde em tempo real.
O balanço aponta, ainda, que todos os dez postos do centro estavam abertos, mas três registraram “fila grande” e dois, “fila média”. Na zona oeste, as 30 unidades funcionaram, mas 14 tiveram filas médias ou grandes.
A situação dos postos de saúde é dinâmica e varia com fatores como procura pelo imunizante, estoque disponível e tempo hábil para chegar novas doses. Na quinta-feira, a capital paulista chegou ao menos 114 postos fechados, principalmente na periferia, às 13 horas - ou um a cada cinco.
Na ocasião, a Prefeitura atribuiu o cenário à alta adesão da campanha e também à entrega em cima da hora do lote que seria usado naquele dia. O Estadão procurou a Secretaria Municipal da Saúde nesta sexta-feira , mas não houve retorno até o horário de publicação desta matéria.