Suécia vai na contramão da OMS e não recomenda vacina da covid para crianças de 5 a 11 anos

País escandinavo aprovou imunizante para esta faixa etária, mas disse não orientar aplicação de doses neste grupo; produto é usado nos mais novos em mais de 40 países e defendido por cientistas

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Por Redação
Atualização:

A Agência de Saúde da Suécia aprovou a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19, mas não recomenda a imunização nesta faixa etária. “Com o conhecimento que temos hoje, com baixo risco de doenças graves para crianças, não vemos nenhum benefício claro em vaciná-las”, disse Britta Bjorkholm, oficial da agência.

Desde o início da pandemia, a Suécia tomou um rumo diferente de seus vizinhos na Escandinávia. No início, defendeu a tese da “imunidade de rebanho” e isso provocou um número de mortes e casos bem superior ao de outros países da Escandinávia. Neste mês, a Suécia deu um salto na média móvel de casos e saiu de um patamar de 8 mil por dia para quase 40 mil, seu recorde em toda a pandemia.

Fila para vacinação na Suécia; políticas sanitárias do país têm sido criticadas durante pandemia Foto: Carl-Olof Zimmerman/TT News Agency/Reuters - 16/04/2021

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O imunizante pediátrico contra a covid já foi aprovado em mais de 40 países pelo mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e autoridades médicas e científicas internacionais recomendam a aplicação de doses nesta faixa etária. Embora seja um grupo menos vulnerável ao vírus, há risco de complicações e mortes pela doença. Além disso, a ampliação da parcela da população protegida ajuda a conter a transmissão do Sars-CoV-2. 

O argumento das autoridades sanitárias do país escandinavo é de que as crianças possuiriam um risco muito menor de desenvolver formas graves da covid-19 em comparação com os adultos. A partir dos 12 anos, a agência recomenda a imunização. Bjorkholm acrescentou ainda que a decisão pode ser revisada se a pesquisa mudar ou se uma nova variante tiver impacto na pandemia. No momento, a nova cepa (Ômicron) tem se mostrado mais contagiosa e provocado a escalada de infecções em várias partes do mundo.

A vacinação contra a covid-19 começou no Brasil em 14 de janeiro, quase um mês após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) dar aval ao imunizante da Pfizer. Contrário à vacinação, o governo Jair Bolsonaro colocou em xeque a segurança e a eficácia da vacina e convocou uma consulta pública sobre o assunto. Em janeiro, a aplicação da Coronavac na faixa entre 6 e 17 anos também foi liberada pelo órgão regulador.

Em agosto, dados mostravam que a Suécia tinha o maior número de mortes por covid-19 a cada 100 mil habitantes entre os países escandinavos (Noruega, Finlândia, Dinamarca e Islândia), que adotaram medidas mais rígidas desde o início, e apresenta uma taxa de mortalidade que é mais do que o dobro da média mundial. /AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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