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Surto de hepatite A na favela do Vidigal interdita três pontos

Locais são um poço artesanal, o chuveiro da praia e uma loja onde foi identificado um lote de água mineral contaminada

Por Roberta Jansen
Atualização:

RIO - Encravada no meio de São Conrado, um dos bairros mais ricos do Rio de Janeiro, a favela do Vidigal, na zona sul, enfrenta realidade muito diferente da dos vizinhos abastados. Um surto de hepatite A já levou à interdição de três pontos da região que apresentaram resultado positivo para o vírus da doença.

Morro do Vidigal, zona sul do Rio Foto: Fábio Motta/Estadão

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Os locais interditados são um poço artesanal, o chuveiro da praia e uma loja onde foi identificado um lote de água mineral contaminada. Um restaurante também foi fechado na tarde desta quinta-feira, 11, por falta de licenciamento sanitário e  alvará de funcionamento.

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Embora não seja uma doença especialmente grave, a hepatite A é um indicativo das precárias condições de tratamento de água e esgoto. Os testes foram feitos pelo Laboratório de Desenvolvimento Tecnológico em virologia da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A Secretaria Municipal de Saúde informou que novas coletas, em outros pontos, estão sendo feitas. O objetivo é identificar outros focos de contaminação pelo vírus. 

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Os especialistas pediram aos moradores que adotem medidas preventivas contra a doença. Entre elas, estão lavar as mãos com frequência e só usar água fervida ou filtrada para beber e preparar alimentos. Além disso, explicaram, os reservatórios, filtros e garrafas devem ser higienizados com hipoclorito de sódio. O produto tem sido distribuído a moradores pela prefeitura.

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Pelo menos 80 casos da doença já foram confirmados na comunidade. Embora exista vacina contra a hepatite A, a maioria das pessoas mais velhas nunca foi imunizada. 

Em geral, a hepatite A não é uma doença grave, como explica a hepatologista Vivian Rotnan, do Hospital Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

"Raramente pode haver um quadro de hepatite mais grave", explicou a especialista. "Mas, na maioria das vezes, ela é assintomática, a pessoa nem sabe que teve. E também não evolui para uma doença crônica."

O presidente da Associação dos Moradores do Vidigal, Sebastião Aleluia, disse que o clima na comunidade é de muita apreensão. "Estamos à beira do pânico", afirmou.

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