Técnica é presa sob suspeita

Polícia diz que auxiliar de hospital teria injetado morfina em crianças

PUBLICIDADE

Por Carlos Alberto Fruet
Atualização:

Uma técnica de enfermagem foi presa em Canoas, região metropolitana de Porto Alegre, sob a acusação de ter aplicado um sedativo a base de morfina em 11 bebês que nasceram no hospital da Universidade Luterana do Brasil. As crianças tinham entre seis e sete horas de vida e, apesar de complicações respiratórias, não correm risco de morte, informou o hospital.

 

PUBLICIDADE

Segundo o delegado Guilherme Pacífico, da 1ª Delegacia de Polícia de Canoas, a auxiliar Vanessa Pedroso, de 25 anos, que trabalhava na instituição hospitalar havia dois anos, confessou ter aplicado a droga, chamada Demerol, nos recém nascidos. “Foi encontrada uma seringa com restos do medicamento em sua pochete. Ela alegou problemas mentais e tentativas de suicídio na família. Foi indiciada por (tentativa de) homicídio qualificado". No entanto, em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, o advogado da vítima negou a confissão e disse que pedirá sua liberdade.

 

A diretora-geral do hospital, Eleonora Walcher, salientou que a pronta ação do corpo clínico do hospital foi fundamental para que os bebês não tivessem maiores problemas. “Assim que descobrimos a aplicação do remédio conseguimos reverter a situação. As crianças estão bem”, disse ela.

 

Ainda de acordo com a polícia, Vanessa teria dito que aplicou o sedativo para evitar que os recém-nascidos tivessem um “sofrimento maior”. “Ela fazia isso nos seus horários de plantão. Assim que as crianças apresentavam um quadro de parada respiratória, ela mesma fazia os procedimentos de reanimação”, afirmou o delegado. A acusada teria afirmado ainda, informou o policial, que gostaria de cursar Medicina e que, por não ter conseguido entrar no curso, queria mostrar aos médicos que era capaz “de salvar vidas”.

 

“Isto é um caso de polícia. Em 36 anos de medicina nunca havia presenciado um fato como este. É lamentável”, disse o secretário da Saúde do Rio Grande do Sul, Osmar Terra.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.