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Tempestade solar chega enfraquecida à Terra, mas impacto pode se prolongar

Fenômeno deixa rastro de auroras boreais e ainda pode interferir nas comunicações

Por Efe
Atualização:

 A forte tempestade solar esperada para atingir a Terra nesta quinta-feira, 8, chegou mais fraca do que se estimava e deixou um rastro de espetaculares auroras boreais, mas seu efeito pode se agravar nas próximas horas e causar interferências nas comunicações. A Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos indicou que uma grande explosão de material procedente de uma ejeção de massa da coroa do Sol chegou à Terra por volta das 8h (de Brasília), o que causou uma tempestade geomagnética que pode alcançar seu nível mais alto nas próximas 24 horas. Isto significa que o fenômeno pode afetar as comunicações por rádio de alta frequência - como as usadas pelos aviões -, os sistemas GPS e algumas interrupções no fornecimento de energia, embora neste caso de menor importância, dependendo dos limites de corrente elétrica. "Após tudo o que dissemos, não foi um evento tão terrivelmente forte", assinalou o físico Joe Kunches, do NOAA, em entrevista coletiva. Os prognósticos da Nasa - agência espacial americana - previam uma forte tempestade geomagnética, mas o Observatório de Dinâmicas Solares (SDO, na sigla em inglês) indicou que o impacto foi mais fraco que o esperado e provocou uma tempestade menor, com intensidade 1 (numa escala que vai até 5). No entanto, os cientistas indicam que a tempestade pode se intensificar nas próximas horas, dependendo das condições eletromagnéticas da mancha solar na qual se originaram as dois grandes labaredas solares que causaram a tempestade. Além disso, até agora, a orientação do campo magnético da Terra se situou na direção contrária ao fluxo solar, o que teria produzido um maior impacto nas primeiras horas, mas vai continuar mudando à medida que avança o campo magnético. A origem desta tempestade são duas enormes labaredas solares que romperam no espaço na terça-feira, segundo o Observatório de Relações Terrestres (Stero) e o Observatório Solar e Heliosférico (Soho), as duas principais missões da Nasa que estudam o Sol. A primeira labareda, que foi catalogada como a maior deste ciclo de atividade solar e a segunda maior detectada desde 2006, sulcou o espaço a mais de 2 mil quilômetros por segundo, enquanto a segunda, um pouco mais lenta, avança a cerca de 1.770 quilômetros por segundo. Em seu percurso, passaram cerca de várias naves da Nasa, como Messenger, que estuda Mercúrio, o telescópio Spitzer e Stereo-B, mas a agência espacial indicou que não teme por nenhuma de suas missões nem pela Estação Espacial Internacional (ISS). As labaredas se originaram em uma região ativa do Sol chamada AR 1429, que aumentou sua atividade nos últimos dias, e à qual seguiram duas ejeções de massa solar, que poderiam alcançar a Terra nos próximos dias. O Sol passa por ciclos regulares de atividade e, a cada 11 anos aproximadamente, ocorre um pico máximo na atividade, no qual costuma haver tempestades que às vezes deformam e até atravessam o campo magnético da Terra. Este é um desses anos. Por enquanto não foram registradas incidências graves, apenas alguns desvios de aviões que voam sobre os pólos Norte e Sul - essas rotas costumam ser modificadas por precaução quando há alerta deste tipo de tempestades -, e problemas pontuais com as comunicações por rádio em ambos os pólos. No entanto, os especialistas seguem atentos, já que estimam que as consequências da tempestade podem se estender até sexta-feira. Os astrônomos da Nasa também recomendaram àqueles que se encontram nas latitudes mais altas que tentem observar o céu para apreciar as espetaculares auroras boreais.

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