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Tempo diante da televisão é vinculado à diabetes e morte precoce

Estilo de vida sedentário aumenta risco de desenvolver alguns tipos de doenças

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Por Redação
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NOVA YORK (Reuters Life!) - Pessoas que passam muitas horas diante da televisão correm risco maior de morrer precocemente ou desenvolver diabetes e doenças cardíacas, e mesmo duas horas diárias de televisão já exercem um efeito marcante, revelou um estudo feito nos EUA. Os habitantes dos EUA passam uma média de cinco horas diárias assistindo à TV, enquanto australianos e alguns europeus passam entre 3,5 e quatro horas diárias, disseram pesquisadores chefiados por Frank Hu, da Harvard School of Public Health. "A mensagem é simples. Reduzir o tempo passado assistindo à TV é uma maneira importante de reduzir comportamentos sedentários e diminuir o risco de diabetes e doenças cardíacas", disse Hu. Ele acrescentou que as pessoas que ficam sentadas diante da televisão não apenas se exercitam menos, como provavelmente consomem alimentos pouco saudáveis. "A combinação de estilo de vida sedentário, dieta pouco saudável e obesidade gera condições perfeitas para a diabetes do tipo 2 e as doenças do coração." Este não é o primeiro estudo a associar tempo passado diante da TV com efeitos maléficos. Muitos estudos constataram um vínculo forte com a obesidade, e um estudo de 2007 constatou que muito tempo diante da TV está associado a pressão sanguínea mais alta em crianças obesas. Outro estudo do mesmo ano descobriu que crianças acima do peso que assistem a comerciais sobre comida tendem a dobrar sua ingestão de alimentos. Para o novo estudo, publicado no Journal of the American Medical Association, Hu e sua equipe reviram oito estudos sobre as ligações entre tempo passado diante da televisão e doenças, que acompanharam ao todo mais de 200 mil pessoas por um período médio de sete a dez anos. Hu e seus colegas constataram que, para cada duas horas diárias de televisão, o risco de diabetes das pessoas aumenta 20% e o risco de doenças cardíacas, 15%. Cada duas horas diárias de televisão aumentam em 13 por cento o risco de morte. Com base nesses resultados, Hu e sua equipe estimaram que, em um grupo de 100 mil pessoas, a redução em duas horas do tempo diário de TV poderia prevenir 176 casos novos de diabetes, 38 casos de doenças cardíacas fatais e 104 mortes prematuras -- por ano. Todos os estudos usados na análise se asseguraram de que os participantes não apresentavam doenças crônicas, porque pessoas menos saudáveis podem tender a passar mais horas assistindo à TV e também a sofrer diabetes, doenças do coração ou morte prematura. O estudo não comprova que assistir à TV, por si só, eleva o risco de doenças, nem identifica que aspecto de se assistir à TV pode exercer um impacto. "É verdade que as pessoas que assistem muito à TV diferem das que assistem menos, especialmente em termos de alimentação e níveis de atividade física", disse Hu. (Reportagem de Alison McCook, da Reuters Health)

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