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Temporão: 'Não há sentido em manter gestação de anencéfalo'

Este é o terceiro dia de audiência pública para discutir o direito da mulher de abortar em caso de anencefalia

Por Mariângela Gallucci e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou que não há sentido em manter gestações de fetos anencéfalos, quando a mãe não quer se submeter a uma gravidez que em 100% dos casos resultará em morte. Temporão participa do terceiro dia de audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF) que discute o aborto de fetos anencefálicos. Segundo o ministro, os sistemas público e privado de saúde têm condições de diagnosticar a anencefalia com exames simples de ecografia. "Há certeza absoluta de morte (dos fetos com anencefalia)", afirmou. Veja também: No STF, médicos argumentam que anencéfalos não sobrevivem Junta diz que Marcela não era anencéfala Caso Marcela foi marcado por informações confusas  CNBB e espíritas defendem a vida de fetos anencéfalos Universal e CDD defendem direito ao aborto de anencéfalo 'Não há dúvida, Marcela não era anencéfala' Leia opiniões de especialistas contra e a favor do aborto   Opine: o STF deve autorizar o aborto de fetos anencéfalos?  Entenda os casos de anencefalia    Assista ao vivo a transmissão pela TV Justiça      Temporão ressaltou que se a antecipação dos partos for permitida pelo STF, a mulher poderá escolher entre interromper o parto ou ter a criança. O ministro fez questão de deixar claro que, ao contrario do que afirmam alguns setores, a anencefalia não é deficiência. "Deficiência que leva à morte minutos após nascer?", indagou, após fazer uma apresentação na audiência pública para discutir a ação em que é pedida a liberação da interrupção de gestações de fetos com anencefalia. Temporão comentou ainda a pesquisa do IBGE, segundo a qual os brasileiros gastam muito com saúde. "Alguma coisa está errada. Prova que o país gasta pouco em saúde", disse. Nesta quinta, participam da audiência nove especialistas, entre os quais as representante Associação de Desenvolvimento da Família, a endocrinologista Therezinha do Nascimento Verreschi; da Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, a pós-doutora em Ciências Sociais, Lia Zanotta Machado; e a médica especialista em Pediatria, Habilitação em Neurologia Pediátrica, Cinthia Macedo Specian. Texto alterado às 10h06 para acréscimo de informações.  (Com informações da Agência Brasil.)

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