08 de abril de 2015 | 19h17
SÃO PAULO - Após inaugurar com atraso e de precisar fazer cadastros de pacientes por causa da alta demanda em seu segundo dia de funcionamento, a tenda para atender pacientes com dengue instalada na Brasilândia, zona norte da capital, encerrou as atividades três horas antes do previsto nesta quarta-feira, 8. A estrutura, oferecida pela Prefeitura, é de responsabilidade do Hospital Albert Einstein.
Às 15 horas, segundo funcionários que estavam no local, a estrutura atingiu a meta de atendimentos e parou de receber novos pacientes. Por volta das 16h20, a reportagem constatou que já havia uma corrente isolando a entrada e funcionários lavavam o interior da tenda.
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"A gente pode atender até as 18 horas, mas a meta é que os funcionários saiam daqui antes, até as 18 horas. Hoje, já atendemos quase 200 pacientes e a tenda está fechada. Amanhã, ela abre às 8 horas", explicou uma funcionária.
Os pacientes com suspeita de dengue que chegaram após esse horário foram orientados a retornar no dia seguinte. "Minha filha está com dengue. Ela vai ter de voltar para casa, porque a tenda já fechou", diz a aposentada Luzia Moreira, de 57 anos.
Segundo ela, a assistente administrativo Juliana Azevedo, de 26 anos, está com os sintomas da doença há uma semana. Enquanto Juliana estava na porta da tenda, a reportagem presenciou uma funcionária tocando em sua testa e em seu pescoço para verificar se ela estava com febre. Depois, a paciente foi dispensada e deixou o local.
"Ela tem um filho recém-nascido. Viemos aqui achando que funcionava como divulgaram, até as 18 horas, mas não é bem assim. Chegamos às 17 horas e ela não foi atendida. Viemos ainda dentro do horário."
Atendimento. O Hospital Albert Einstein informou, em nota, que o horário das 15 às 18 horas "é o período de continuidade do atendimento" dos pacientes que estão dentro da tenda. Disse ainda que "todos os pacientes que aparecem com manifestação de sintomas são acolhidos, mesmo após as 15 horas".
O hospital disse que a meta diária de atendimentos é de 150, mas que 179 pessoas foram atendidas nesta quarta. Na terça, foram 240.
Com a grande procura, a equipe de funcionários precisou de ajustes, de acordo com o hospital. No primeiro dia, eram três clínicos, um pediatra, quatro enfermeiros e cinco técnicos de enfermagem. "A escala de profissionais redimensionada para hoje foi: sete médicos, sendo dois pediatras, seis enfermeiros, sendo um para o serviço de telemedicina, sete auxiliares/técnicos de enfermagem, quatro auxiliares administrativos e três técnicos de laboratório".
A Secretaria Municipal de Saúde informou que "alinhará novamente com Hospital Albert Einstein as diretrizes do atendimento no local". A pasta reafirmou que o encaminhamento para a tenda é feito após triagem de pacientes em Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
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