Testes genéticos se consolidam como rastreadores de doenças

Fatores de risco aumentam necessidade de se optar pelo exame de DNA

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Por Redação
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Ter uma rotina saudável, visitar o médico regularmente e manter o check-up em dia. Até então, a combinação perfeita para a prevenção de enfermidades. No entanto, nos últimos anos, o teste genético vem ganhando destaque e sendo usado como instrumento para o rastreamento de doenças, especialmente o câncer, além de avançar em alternativas de tratamento.

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“Atualmente o teste genético é uma importante ferramenta que auxilia o médico no diagnóstico, no prognóstico, na prevenção, no tratamento e no aconselhamento familiar. Funciona como um exame de sangue no qual são coletadas as células do paciente, em que se extrai o DNA e, a partir daí, tem-se o sequenciamento de genes”, explica Pablo de Nicola, médico geneticista da BP ‒ a Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Qualquer pessoa interessada em descobrir o risco de desenvolver câncer pode fazer o teste genético, que já tem tecnologia para detectar a propensão a qualquer tipo da doença. Os grupos mais indicados, segundo Nicola, são aqueles que tiveram câncer em idade precoce (antes dos 45 anos de idade), quem desenvolve tumores raros, quem tem histórico familiar com diversos indivíduos, ou ainda quem teve mais de um câncer ao longo da vida. 

“O teste genético é uma importante ferramenta que auxilia o médico no diagnóstico ”

Pablo de Nicola, Beneficência Portuguesa

Quem já foi diagnosticado com câncer também é aconselhado a fazer o teste genético para que seja indicado o melhor tratamento. “Hoje em dia, não são analisados somente o tipo do tumor, a patologia ou os exames de imagem. Há o estudo molecular do tumor que é crucial para o tratamento”, diz João Bosco Oliveira Filho, gerente médico do Laboratório de Genética Molecular do Einstein.

Para José Claudio Casali da Rocha, head de Oncogenética do A.C. Camargo Cancer Center, o teste genético tem como objetivo oferecer ao paciente a oportunidade de receber um tratamento que mude o curso da doença, diferente por exemplo de um teste genético para uma doença psiquiátrica ou degenerativa que não terá uma chance de reverter o quadro.  

“Se observarmos o exemplo do exame de uma mulher com uma alteração no gene BRCA1, que é a síndrome principal para câncer de mama e de ovário hereditário, ela já poderá ter acesso a um programa de prevenção para esses tipos de câncer, incluindo também de melanoma, para pólipos no intestino, tumores de pâncreas, que são menos frequentes, porém, estão dentro desse perfil de risco da variante BRCA1”, explica Rocha. Esse foi o caso da atriz americana Angelina Jolie que, em 2013, após a descoberta da mutação no gene BRCA1, optou por uma medida preventiva mais radical, com a realização da mastectomia dupla.

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