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Tratamento com remédios retrovirais reduz em 92% a transmissão do HIV

Pesquisadores sugerem testes de baixo custo que apontem necessidade ou não do tratamento

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Por Redação
Atualização:

Pacientes HIV positivos em tratamento com medicamentos retrovirais têm reduzida em até 92% a chance de transmitir o vírus da aids em relações heterossexuais, aponta estudo publicado na última edição da revista Lancet.

 

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O estudo, financiado pela Fundação Bill & Melinda Gates, revelou o benefício que o tratamento antiretroviral oferece principalmente para pessoas com aids que tenham contagem CD4 de HIV-1 de 200 cópias por ml no sangue.

 

Os pesquisadores também descobriram que a transmissão do HIV por pessoas com contagem próxima a 200/ml é maior na comparação com aqueles com contagem de aproximadamente 50.000/ml, sugerindo que a aplicação de tratamento com retrovirais no segundo grupo pode ter uma expressiva efetividade na redução de contaminação na população mundial.

 

No estudo, pesquisadores norte-americanos, comandados pela Dra. Deborah Donell, avaliaram durante 24 meses um total de 3.381 casais de sete países africanos, estes constituídos por um pessoa HIV positivo e um companheiro HIV negativo, que passava por testes de aids a cada três meses. Cerca de 10% dos pesquisados HIV positivos iniciaram o tratamento antiretroviral durante a pesquisa, apresentando contagem CD4 menor de 200/ml. Nesse grupo, a taxa de transmissão ficou em 0,37 em cada 100 pessoas por ano e, após reajuste, revelando uma redução de 92% na contaminação do vírus nos pacientes HIV negativos.

 

No grupo de pacientes que não estavam fazendo tratamento com antiretrovirais, também com contagem CD4 menor de 200/ml, o índice de transmissão ficou em 8,79 em cada 100 pessoas por ano. Cerca de 70% desses contágios ocorreram por indivíduos com contagem de HIV-1 no plasma acima de 50.000 cópias/ml.

 

"Desenvolver testes de baixo custo que avaliem a concentração de HIV-1 no plasma ajudará a alertar as pessoas sobre a necessidade de iniciarem o tratamento com retrovirais e, consequentemente, ajudar a reduzir o índice de contaminação da doença", afirmam os pesquisadores no artigo publicado.

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