Tratamento durante gravidez e amamentação reduz risco de HIV em bebês

Antirretrovirais desde a gestação até o fim do aleitamento podem diminuir para 5% chance de transmissão

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Por Redação
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VIENA - O tratamento antirretroviral desde o início da gravidez e durante o período de amamentação pode reduzir para 5% ou menos o risco de transmissão do vírus HIV da mãe para o filho. É o que diz o guia da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o tratamento de mulheres grávidas soropositivas e a prevenção do contágio a seus filhos, apresentado nesta terça-feira, 20, na Conferência Internacional Aids 2010, em Viena, Áustria. Segundo a OMS, os medicamentos antirretrovirais devem ser usados a partir da 14ª semana de gestação até o final do período de amamentação. Quanto antes o tratamento começar, menos chances há de o feto ou o recém-nascido ser contaminado. A OMS aconselha que o bebê seja amamentado até o final do primeiro ano de vida. A organização também lembra que mais mulheres precisam fazer testes voluntários de HIV e ser assessoradas antes de terem os primeiros sintomas. O principal desafio consiste em aumentar a disponibilidade do tratamento em países de recursos limitados e a integração das intervenções específicas da aids em serviços de saúde materna e infantil. As recomendações levarão a um maior número de pessoas em tratamento, mas os custos associados podem ser compensados pela diminuição de despesas hospitalares e pelo aumento da produtividade causado por menos faltas em decorrência da doença. Além disso, haverá menos crianças órfãs pela aids. Segundo a OMS, o número de mulheres e crianças afetadas pelo vírus HIV que recebem tratamento antirretroviral aumentou de 276 mil em 2008 para 355 mil em 2009, mas ainda é pouco. "Quase 70% das mulheres grávidas com HIV não recebiam tratamento antirretroviral em 2008", diz a OMS. Apenas 15% das crianças que nascem de mães soropositivas são diagnosticadas e tratadas de forma precoce. Sem tratamento, pelo menos um terço das crianças contaminadas pelo vírus HIV poderiam morrer antes de seu primeiro aniversário, e a metade faleceria sem completar 2 anos de idade, diz a organização. De acordo com dados da OMS, 1,4 milhão de mulheres soropositivas deram à luz em 2008 em países subdesenvolvidos, em partos que provocaram 430 mil contaminações entre os bebês nascidos.

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