20 de julho de 2010 | 16h08
VIENA - O tratamento antirretroviral desde o início da gravidez e durante o período de amamentação pode reduzir para 5% ou menos o risco de transmissão do vírus HIV da mãe para o filho.
É o que diz o guia da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o tratamento de mulheres grávidas soropositivas e a prevenção do contágio a seus filhos, apresentado nesta terça-feira, 20, na Conferência Internacional Aids 2010, em Viena, Áustria.
Segundo a OMS, os medicamentos antirretrovirais devem ser usados a partir da 14ª semana de gestação até o final do período de amamentação. Quanto antes o tratamento começar, menos chances há de o feto ou o recém-nascido ser contaminado.
A OMS aconselha que o bebê seja amamentado até o final do primeiro ano de vida. A organização também lembra que mais mulheres precisam fazer testes voluntários de HIV e ser assessoradas antes de terem os primeiros sintomas.
O principal desafio consiste em aumentar a disponibilidade do tratamento em países de recursos limitados e a integração das intervenções específicas da aids em serviços de saúde materna e infantil.
As recomendações levarão a um maior número de pessoas em tratamento, mas os custos associados podem ser compensados pela diminuição de despesas hospitalares e pelo aumento da produtividade causado por menos faltas em decorrência da doença. Além disso, haverá menos crianças órfãs pela aids.
Segundo a OMS, o número de mulheres e crianças afetadas pelo vírus HIV que recebem tratamento antirretroviral aumentou de 276 mil em 2008 para 355 mil em 2009, mas ainda é pouco. "Quase 70% das mulheres grávidas com HIV não recebiam tratamento antirretroviral em 2008", diz a OMS.
Apenas 15% das crianças que nascem de mães soropositivas são diagnosticadas e tratadas de forma precoce. Sem tratamento, pelo menos um terço das crianças contaminadas pelo vírus HIV poderiam morrer antes de seu primeiro aniversário, e a metade faleceria sem completar 2 anos de idade, diz a organização.
De acordo com dados da OMS, 1,4 milhão de mulheres soropositivas deram à luz em 2008 em países subdesenvolvidos, em partos que provocaram 430 mil contaminações entre os bebês nascidos.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.