A Nasa decidiu adiar mais uma vez o voo final do ônibus espacial Discovery. Marcado inicialmente para a segunda-feira, 1º, o lançamento foi adiado para esta quarta por conta de um vazamento de gás hélio, e agora por problemas elétricos. A nova data prevista é quinta-feira, 4, às 13h29 (horário de Brasília).
Este será o grande final do Discovery. A Nasa está prestes a finalizar o programa de ônibus espaciais, aposentando a frota de três naves - além do Discovery, há ainda o Atlantis, que já cumpriu sua missão derradeira, e o Endeavour, que deve encerrar o programa em fevereiro de 2011.
Este voo final será o 39º do Discovery, que entra para a história como o ônibus espacial que mais vezes foi utilizado. Ele foi o terceiro a entrar em serviço, e hoje é o mais antigo, após destruição de seus predecessores Columbia e Challenger.
A missão consiste em levar dois novos módulos à Estação Espacial Internacional (ISS), o Módulo Permanente Multipropósito e o Portador Expresso de Logística 4, ou ELC4.
Além da tripulação de seis astronautas, o Discovery leva ao espaço um robô humanoide, o Robonauta 2.
O Robonauta será instalado no laboratório Destiny, na parte americana da ISS. De acordo com a Nasa, o robô será usado para testar como humanos e máquinas que imitam humanos podem trabalhar em conjunto em ambientes de baixa gravidade.
Se o resultado for positivo, no futuro o Robonauta 2 poderá receber upgrades de software e hardware para se deslocar no interior da ISS e realizar caminhadas espaciais. Nota da agência espacial diz que "isso ajudará a entender as capacidades robóticas para futuras missões no espaço profundo".
A construção do Discovery teve início em 1979, e a nave foi entregue à Nasa em 1983, e realizou sua primeira missão no espaço em 84.
Foi a bordo do compartimento de carga do Discovery que o Telescópio Espacial Hubble ascendeu à órbita terrestre, em 1990, numa missão que teve como piloto o atual diretor da Nasa, o então astronauta Charles Bolden.
A partir da aposentadoria dos ônibus espaciais, a nasa passará a depender do programa espacial russo e da iniciativa privada para continuar a enviar astronautas à ISS.