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União Europeia critica rápida aprovação da vacina da Pfizer pelo Reino Unido

Agência Europeia de Medicamentos (EMA) disse que seu procedimento de aprovação mais longo é mais apropriado, pois é baseado em mais evidência e exige mais verificações

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Por Redação
Atualização:

A União Europeia criticou nesta quarta-feira a rápida aprovação da vacina da Pfizer contra o coronavírus pelo Reino Unido. O bloco de países europeu disse que seu procedimento era mais completo. O movimento que concedeu autorização de emergência à vacina da Pfizer foi considerado por muitos como uma manobra política do primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, que liderou seu país a sair da UE e foi criticado pela maneira como lidou com a pandemia.

A decisão foi tomada em um processo de emergência para aprovação ultrarrápido, que permitiu a agência reguladora britânica autorizar temporariamente a vacina 10 dias após o término dos testes em larga escala. Cerca de 800 mil doses do imunizante da farmacêutica Pfizer e da empresa de biotecnologia BioNTech já estarão disponíveis para a população na próxima semana, de acordo com as autoridades britânicas.

Vacina contra a covid-19 produzida pela Pfizer com a BioNTech precisa ser armazenada em temperaturas extremamente negativas. Foto: BioNTech via The New York Times

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Em uma declaração extraordinariamente contundente, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA), responsável pela aprovação das vacinas de covid-19 para o bloco, disse que seu procedimento de aprovação mais longo era mais apropriado, pois era baseado em mais evidências e exigia mais verificações do que o procedimento de emergência escolhido pela Grã-Bretanha.

A EMA disse na terça-feira que decidirá até 29 de dezembro se deve autorizar provisoriamente a vacina da Pfizer. Um porta-voz da Comissão Europeia disse que o procedimento da EMA era "o mais eficaz mecanismo regulador para garantir o acesso de todos os cidadãos da UE a uma vacina eficaz", pois foi baseada em mais evidências.

O responsável pela Pfizer no Reino Unido, Ben Osborn, disse: "Fornecemos pacotes de dados completos, os dados não cegos, para ambos os reguladores. Eu acho que o que você está vendo é apenas a diferença no processos e cronogramas subjacentes, em oposição a qualquer diferença no envio de dados."

June Raine, chefe do Agência Reguladora de Saúde e Produtos Médicos] do Reino Unido (MHRA, na sigla em inglês), disse: "A forma como a MHRA tem trabalhado é equivalente a todos os outros padrões internacionais. Nosso progresso tem sido totalmente dependente da disponibilidade de dados em nossa revisão contínua e nossa avaliação rigorosa e assessoria independente que recebemos”, comentou.

A EMA iniciou uma revisão de dados preliminares de testes da Pfizer em 6 de outubro, em procedimento de emergência destinado a acelerar uma possível aprovação possível. O processo normalmente leva pelo menos sete meses a partir da recepção de dados completos.

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O órgão regulador do Reino Unido lançou sua própria revisão contínua em 30 de outubro e analisou menos dados do que os disponibilizados à EMA. "A ideia não é ser o primeiro, mas sim ter uma vacina segura e eficaz", disse o ministro da Saúde da Alemanha, Jens Spahn, em uma coletiva de imprensa.

Questionado sobre o procedimento de emergência usado pela Grã-Bretanha, ele disse Os países da UE optaram por um procedimento mais completo para tornar as vacinas mais confiáveis. "Se você avaliar apenas os dados parciais, como eles estão fazendo, também correm o mínimo de risco", disse o ex-chefe da EMA, Guido Rasi a uma rádio italiana.

"Pessoalmente, eu esperava uma revisão robusta de todos dados disponíveis, que o governo britânico não foi capaz de fazer somente para dizer que sem a Europa a população de seu país vem em primeiro lugar", acrescentou. /REUTERS

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