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Usando músicas e paródias, projeto da USP alerta para cuidados com alimentos

'Alimento Seguro' conscientiza funcionários de lanchonetes e restaurantes sobre manipulação adequada

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Por Redação
Atualização:

SÃO PAULO - A Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP procura conscientizar estudantes e funcionários de lanchonetes e restaurantes sobre os cuidados na manipulação de alimentos. Para isso, tem feito treinamentos in loco e divulgado músicas didáticas sobre alguns cuidados de higiene necessários. O projeto Alimento Seguro, coordenado pelo professor Marco Antonio Trindade, teve início em 2009 em decorrência de um programa cujo principal objetivo era alertar estudantes, funcionários de lanchonetes, ambulantes que vendem comida e outros sobre a forma correta de manipular alimentos, seja na hora de cozinhá-los, seja de consumi-los. Os alunos da FZEA Leonardo Alves Pinto e Victor Scaranelo começaram a desenvolver um projeto envolvendo paródias para conscientizar as pessoas sobre os perigos da manipulação de alimentos sem os devidos cuidados. O professor Trindade conta que já tinha conhecimento de um projeto semelhante, realizado na Universidade da Califórnia, nos EUA. “Esse projeto foi desenvolvido aos poucos, ao longo de vários meses”, conta Alves Pinto, responsável por explicar os assuntos retratados nas paródias e desenvolver o site Alimento Seguro. “No intervalo de uma música para outra, é explicado o que citamos nelas, uma vez que a maioria do público é formada por alunos do ensino fundamental, que não têm uma bagagem muito grande de microbiologia”, explica. O outro bolsista, Victor Scaranelo, conta que a paixão pela música o levou a participar do projeto: “Eu canto e informo, passando a mensagem de maneira engraçada. Além disso, ajudo a sociedade de alguma forma”, avalia. A segunda parte do trabalho coube a Elisa Silva Maluf de Paula. A bolsista diz que poder dar um treinamento sobre boas práticas de fabricação aumentou sua experiência para a carreira de engenheira de alimentos. “Conscientizar manipuladores de alimentos, podendo utilizar as teorias que aprendi na faculdade, com certeza me ajudou bastante”, afirma. O treinamento consistia na criação e apresentação de uma apostila com dados importantes sobre os cuidados a serem tomados com os alimentos. “Desenvolvemos a apostila, eu e a Elisa, utilizando materiais da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]. Quando os cursos são ministrados, os funcionários acompanham o conteúdo por meio da apostila, que fica como doação para os estabelecimentos”, conta Trindade. Os conteúdos tratados vão desde conceitos de microbiologia até cuidados com a higiene pessoal. Elisa revela que também houve dificuldades no trabalho. “Os donos dos estabelecimentos ficavam um pouco desconfiados quando oferecia o curso, achavam que eu poderia querer fechar o estabelecimento se não estivessem de acordo com o que eu falasse.” A bolsista relata ainda que muitos donos não queriam que os funcionários “perdessem” duas horas de trabalho para concluir o treinamento. Porém, apesar das complicações, o curso foi realizado em oito lanchonetes. No momento, Trindade diz que não procura expandir os projetos. “Com o final do período da bolsa, a ideia é manter o site com os conteúdos no ar. Mas, infelizmente, não temos verba para mandar os alunos para fazerem apresentações em outros lugares”, afirma. “Se no ano que vem houver novas músicas e ideias, podemos pensar no crescimento do trabalho.” É possível ver os trabalhos realizados pelos bolsistas no site Alimento Seguro, criado para o projeto. Pode-se também, na mesma página, fazer download da apostila e ouvir as paródias criadas.

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