'Vacina deve ser obrigatória para todos os brasileiros', diz Doria sobre declaração de Bolsonaro

Em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, Doria criticou a fala do presidente, que disse que 'ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina'

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Por Priscila Mengue
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O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), criticou a fala do presidente Jair Bolsonaro, que disse que "ninguém pode obrigar ninguém" a tomar da vacina contra a covid-19. "Quero respeitosamente discordar dessa posição. Ao meu ver, a vacina deveria sim ser obrigatória para todos os brasileiros. A vacina tem que ser uma decisão pessoal de cada um, mas uma obrigação, uma determinação do Estado.". E complementou: "entendo que essa manifestação do presidente Jair Bolsonaro possa ser revista. Penso que posição da saúde deva ser aquela que prevalece sobre posições de ordem ideológica."

O governador Joao Doria (PSDB), em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes Foto: Governo do Estado de São Paulo

Na noite de segunda-feira, Bolsonaro foi abordado por uma mulher que pediu ao governo a proibição da vacina contra a covid-19 por considerá-la "perigosa" dado o tempo que deve levar para que o imunizante fique pronta. Para a apoiadora, "em menos de 14 anos, ninguém pode colocar uma vacina no mercado" e a solução seria proibi-la. "Ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina", respondeu Bolsonaro na ocasião. A mesma frase foi usada pela Secom ao divulgar a postagem nas redes sociais. 

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Em fevereiro, no entanto, o próprio presidente sancionou lei que permite a vacinação compulsória como forma de enfrentar a pandemia da covid-19. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) também determina ser “obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias”. 

Epicentro da covid-19 no País, São Paulo registra nesta quarta-feira, 2, 30.673 mortes e 826.331 casos confirmados. O Estado apresentou uma redução de 14% no número de mortes por covid-19 em agosto em comparação ao mês de julho, conforme anunciou o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn. “É o primeiro mês com registro de queda desde o início da pandemia”, destacou. “E os dados de hoje mantêm essa tendência.”

Projeções feitas pelo Centro de Contigência contra a Covid-19 apontam que o Estado de São Paulo pode ter até 1 milhão de casos e até 38 mil mortes pela doença até o dia 15 de setembro. 

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