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Vacinação contra a gripe começa hoje no SUS; na rede privada, dose varia de R$ 80 a R$ 130

Campanha inicia com foco em crianças de 1 a menores de 6 anos de idade, gestantes e puérperas; clínicas particulares oferecem vacina tetravalente

Por Paula Felix
Atualização:

SÃO PAULO - A Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe começou nesta quarta-feira, 10, na rede pública e tem como foco as crianças de 1 a menores de 6 anos de idade, gestantes e puérperas (com menos de 45 dias após o parto). Os demais integrantes do público-alvo da mobilização, como idosos e pacientes com doenças crônicas, serão imunizados a partir do dia 22. Quem não faz parte dos grupos prioritários, pode tomar a vacina, mas deve buscar a rede privada, onde o preço da dose varia entre R$ 80 e R$ 130. 

Nas clínicas particulares, é oferecida a dose tetravalente do imunizante, que contém vírus similares ao influenza A/Michigan/45/2015 (H1N1) pdm09, influenza A/Switzerland/8060/2017 (H3N2), influenza B/Colorado/06/2017 (linhagem B/Victoria/2/87), que estão presentes da vacina oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), além do influenza B/Phuket/3073/2013 (linhagem B/Yamagata/16/88).

Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe terá início no dia 10 de abril Foto: Tiago Queiroz/Estadão

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"As duas vacinas estão disponíveis na rede privada, a trivalente e a tetravalente, mas 90% da nossa demanda é pela dose com os quatro sorotipos. As pessoas buscam pela proteção maior para viajar e porque a vacina da rede pública não está disponível para todo o público", explica Geraldo Barbosa, presidente da Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVac).

Segundo Barbosa, a vacina trivalente custa entre R$ 60 e R$ 80. A tetravalente varia entre R$ 80 e R$ 120. A reportagem entrou em contato com cinco clínicas na capital e o valor da dose variava entre R$ 110 e R$ 130. De acordo com o presidente da ABCVac, custos de operação podem interferir no preço.

A vacina deve ser tomada todos os anos para garantir a proteção contra os vírus que estão em circulação.

Casos de gripe

Em todo o Brasil, foram registrados 212 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por influenza, dos quais 145 foram por H1N1, sete por H3N2 e 28 por influenza B. Foram 39 óbitos - 38 por H1N1 e 1 por influenza B. No Estado de São Paulo, foram registrados 11 casos, mas não há registros de óbitos.

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No Estado de São Paulo, a expectativa é imunizar 90% da população-alvo de 13,2 milhões de paulistas contra o vírus.

Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, a meta é atingir a cobertura vacinal mínima de 90% entre os grupos prioritários - ou seja, mais de 4,9 milhões de idosos (pessoas com 60 anos ou mais), aproximadamente três milhões de crianças com idade a partir de seis meses e menores de 6 anos de idade; 1,3 milhões de profissionais de saúde; 451 mil gestantes e 74 mil puérperas, além depessoas com comorbidades, como asma, diabetes, imunodeprimidos e outros.

As ações serão desenvolvidas em mais de 11,4 mil postos de vacinação em todo o Estado, entre postos fixos e volantes, com a mobilização de mais de 39 mil profissionais.

Antecipação da campanha

De acordo com o Ministério da Saúde, o mutirão será iniciado 15 dias antes das campanhas realizadas nos anos anteriores. A campanha será encerrada no dia 31 de maio.

No Amazonas, a mobilização teve início em 20 de março, pois o Estado começou a apresentar casos e óbitos pela doença a partir de fevereiro.

O Ministério informou que, em 2018, foram registrados 17 casos e três mortes por influenza no Estado, dos quais um caso e um óbito foram por H1N1. Neste ano, até março, foram confirmados 138 casos de H1N1 - 28 pessoas morreram com a doença.

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Perguntas e respostas

Quais são as diferenças entre os vírus que causam gripe?

De acordo com o Ministério da Saúde, existem três tipos de vírus influenza que circulam no Brasil: A, B e C. O tipo C causa apenas infecções respiratórias brandas e não tem impacto na saúde pública, não estando relacionado com epidemias. O vírus influenza A e B são responsáveis por epidemias sazonais, sendo o vírus influenza A responsável pelas grandes pandemias (A/H1N1 e A/H3N2).

O que muda de ano para ano?

Um vírus pode sofrer mutação e trazer infecções mais sérias porque não encontra uma população protegida por exposições anteriores.

A vacinação cobre todos os vírus? Como o imunizante é feito?

A vacina contra gripe ofertada no Sistema Único de Saúde (SUS) protege contra todos os tipos. O mesmo ocorre na rede particular. A definição da composição do imunizante muda a cada ano, considerando as cepas que mais circularam no Hemisfério Sul, no ano anterior. Para 2019, a Organização Mundial da Saúde definiu a composição da vacina com duas cepas de influenza A (H1N1 e H3N2) e uma linhagem de influenza B.

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Quem não está no grupo prioritário deve buscar vacina na rede privada?

Segundo especialistas, quem puder, deve se proteger.

Há outras formas de se prevenir, além da vacina?

Sim. É recomendável evitar aglomerações e lugares fechados. Além disso, recomenda-se lavar bem as mãos com água e sabão, usar álcool em gel para higienização, manter os ambientes arejados e evitar o contato com pessoas gripadas e resfriadas.

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