
07 de dezembro de 2020 | 17h52
Profissionais de saúde, idosos com 60 anos ou mais, indígenas e quilombolas serão os primeiros a ser vacinados contra a covid-19 no Estado de São Paulo, segundo cronograma apresentado nesta segunda-feira, 7, pelo governador João Doria. A vacina utilizada na campanha paulista será a Coronavac, desenvolvida pela biotech chinesa Sinovac e que será produzida pelo Instituto Butantã. Veja abaixo as principais definições do plano.
Vacinação contra covid começa em 25 de janeiro com profissionais de saúde e idosos, diz Doria
A previsão é que nove milhões de pessoas sejam imunizadas na primeira etapa, que se iniciará no dia 25 de janeiro e se estenderá até 22 de março, com a aplicação de 18 milhões de doses. A prioridade neste primeiro momento serão trabalhadores na linha de frente de combate à Covid-19, indígenas e quilombolas e também a faixa etária com maior índice de letalidade pela doença. De acordo com o governo do Estado, 77% das mortes provocadas pelo coronavírus até agora são de pessoas com idade acima de 60 anos. A campanha será coordenada pela Secretaria de Estado da Saúde e implementada em parceria com as 645 prefeituras de São Paulo
Nos postos de vacinação existentes. Além destes, o governo de SP, em parceria com 645 municípios do Estado, irá ampliar de 5.200 para 10 mil o número de locais para que a população se imunize. Para tanto, serão implantadas estratégias especiais de vacinação incluindo quartéis da Polícia Militar, farmácias credenciadas, escolas aos finais de semana, terminais de ônibus e também por drive thru.
De segunda a sexta-feira, das 7h às 22h e, aos fins de semana, da 7h às 17h30. Este poderá ser estendido também até às 22h caso seja necessário.
A campanha contará com 54 mil profissionais de saúde e 25 mil agentes de segurança em todo Estado de São Paulo enquanto perdurar o período de vacinação.
A vacinação contra a covid-19 terá início em 25 de janeiro no Estado de São Paulo com a imunização de idosos, profissionais de saúde, indígenas e quilombolas. A vacina utilizada na campanha paulista será a Coronavac, desenvolvida pela biotech chinesa Sinovac e que será produzida pelo Instituto Butantã.
A aplicação, porém, está condicionada à apresentação dos resultados de eficácia da vacina, o que ainda não ocorreu, e ao posterior registro do produto na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O Butantã promete divulgar os dados de eficácia até 15 de dezembro e entrar de imediato com pedido de registro.
A partir do dia 8 de fevereiro, serão imunizados os idosos com 75 anos ou mais. Na semana seguinte, a partir do dia 15 de fevereiro, será a vez dos idosos entre 70 a 74 anos. A partir de 22 de fevereiro, receberá a imunização a faixa etária de 65 a 69 anos. Por fim, no dia 1º março, começarão a ser vacinados os indivíduos de 60 a 64 anos. No grupo de idosos, serão 7,5 milhões de imunizados. Doria não informou como será a vacinação dos demais grupos de risco da covid-19, como portadores de doenças crônicas.
O acordo entre o Butantã e a Sinovac prevê o recebimento, ainda neste ano, de 6 milhões de doses prontas do imunizante e matéria-prima para a produção local de outras 40 milhões de doses. Em 2021, serão importados insumos para a fabricação de mais 14 milhões, totalizando 60 milhões de unidades, o suficiente para imunizar 30 milhões de pessoas.
Não. A vacina será gratuita para todos através do Sistema Único de Saúde.
Ainda não há definição sobre a vacinação do restante da população.
A vacina utilizada na campanha paulista será a Coronavac, desenvolvida pela biotech chinesa Sinovac e que será produzida pelo Instituto Butantã.
Sim. O governo prevê o uso de 27 milhões de seringas e agulhas para vacinar a população. Além disso, 5.200 câmaras de refrigeração serão utilizadas para armazenamento das doses. Também serão utilizado 30 caminhões refrigerados para distribuição diária e criados 25 postos estratégicos de armazenamento e distribuição regional.
O Butantã tenta, há meses, firmar acordo com o Ministério da Saúde para que a vacina seja incluída no Programa Nacional de Imunizações (PNI) e aplicada em todos os Estados, mas a resistência do presidente Jair Bolsonaro em comprar o produto impediu a parceria. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, chegou a anunciar a compra da Coronavac no final de outubro, mas foi desautorizado no dia seguinte por Bolsonaro.
Mesmo sem participar de um programa nacional, Doria afirmou que serão disponibilizadas 4 milhões de doses da vacina a outros Estados para a vacinação de profissionais de saúde. Ele disse que oito unidades da federação já manifestaram interesse em receber a Coronavac, mas não divulgou os nomes dos Estados.
O governo disse que não será necessário comprovar residência no Estado para tomar a vacina, mas não explicou o que planeja fazer caso São Paulo receba um grande volume de pessoas de outras localidades num movimento que já está sendo chamado de "turismo de vacina".
"São Paulo é do Brasil. Somos parte do País. Não vamos segregar pessoas. Se precisar, compraremos mais doses. O que desejamos é que o plano de vacinação seja antecipado e que inclua todas as vacinas e não a vacina de preferência do Presidente da República ou do Palácio do Planalto", disse Doria.
De acordo com a Assessoria de Imprensa da Saúde de SP, haverá um controle em sistema para vacinação para checagem de doses, se já tomou a dose ou se tomou alguma outra vacina. Como uma possível vacina do governo federal só deverá estar disponível em março, até lá o sistema utilizado para verificação já deverá estar alinhado, evitando que um mesmo indivíduo tome duas vacinas ou doses extras da mesma vacina.
Em novembro, um estudo publicado na revista científica Lancet Infectious Diseases informou que a vacina Coronavac é segura e tem capacidade de produzir resposta imune no organismo 28 dias após sua aplicação em 97% dos casos. Os resultados desse estudo contam com revisão de diversos cientistas.
A vacina Coronavac está na fase 3, a última antes de uma possível aprovação e comprovação de eficácia. Estudos da fase 1 e 2 com mais de 50 mil voluntários demonstraram que 94,7% não tiveram nenhum efeito adverso. E 99,7% dos eventos adversos observados foram de baixa gravidade, como dor no local e dor de cabeça.
A aplicação, porém, está condicionada à apresentação dos resultados de eficácia da vacina, o que ainda não ocorreu, e ao posterior registro do produto na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O Butantã promete divulgar os dados de eficácia até 15 de dezembro e entrar de imediato com pedido de registro.
1ª dose
2ª dose
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