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Vacinas contra a covid-19 em crianças estão autorizadas em pelo menos 31 países; veja quais

Autorização para vacinar crianças está permitida em alguns países pelo menos desde setembro. Vacinação em crianças de 5 a 11 anos com imunizante da Pfizer foi autorizada no Brasil nesta quinta-feira, 16

Por Luiz Henrique Gomes
Atualização:

A vacinação contra a covid-19 em crianças está permitida em pelo menos 31 países de quatro continentes. A aplicação foi autorizada no Brasil nesta quinta-feira, 16, para crianças de 5 a 11 anos com o imunizante da Pfizer. A fabricante está autorizada para vacinar essa faixa etária na União Europeia e em 10 países da América, incluindo o Brasil.

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Nem todos os países, no entanto, começaram a vacinação. A Suíça, por exemplo, autorizou a vacinação entre crianças, mas só vai aplicar o imunizante a partir de janeiro.

Além da Pfizer, outros imunizantes estão sendo aplicados em crianças em alguns países. É o caso da Coronavac, aplicada em Hong Kong, na China e no Chile, por exemplo. A autorização para o uso em crianças desse imunizante, produzido no Brasil pelo Instituto Butantan, é analisada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) após o Butantan apresentar um novo pedido nesta quarta-feira, 15.

Com a identificação da variante Ômicron, presente em pelo menos 77 países até o momento, mais países se mobilizaram para iniciar a vacinação de crianças com o objetivo de barrar o contágio. Na União Europeia, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) aprovou em novembro a aplicação da vacina Pfizer para crianças de 5 a 11 anos.

Vários países do bloco começaram a vacinação nesta quarta-feira, 15. No mesmo dia, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, advertiu no Parlamento Europeu que a Ômicron pode ser "a nova variante dominante na Europa em meados de janeiro". Segundo a agência Reuters, as crianças são a maioria dos infectados com covid-19 em países como a Espanha, Dinamarca e Holanda.

Ursula von der Leyen também estimulou os países a trabalhar para aumentar a taxa de imunização para evitar que as festas de Natal e Ano Novo tenham efeito negativo sobre o cenário da pandemia. “O preço que pagaremos se as pessoas não estiverem vacinadas continuará aumentando”, disse.

O infectologista João Prats, da Beneficiência Portuguesa (BP), concorda que a vacinação do público infantil é importante para reduzir os casos graves entre eles e a transmissibilidade para pessoas adultas. Apesar de corresponderem a um percentual pequeno da população, sem a vacina as crianças se tornam vulneráveis e transmissores do vírus. “Em regra geral, a criança não vai ter forma grave da doença, mas a grande questão é que elas podem transmitir para pessoas de alto risco”, disse.

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Já o médico pediatra Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunização, chama a atenção para o fato de que a covid-19 matou mais crianças nos últimos dois anos do que todas as demais doenças infecciosas contempladas no calendário de vacinação infantil. Foram 2,4 mil vítimas. “Com a vacina desse público a gente evita mortes, evita efeitos longos da covid, complicações tardias, evita transmissão”, defendeu.

Kfouri ainda afirmou que a vacinação das crianças se mostrou segura nas pesquisas realizadas pelas fabricantes e monitoradas pelas redes de segurança de vacinação. Ele defende que não há razões para ter medo de vaciná-los. “Além das pesquisas, a vigilância em aplicação de larga escala a princípio confirma a segurança, que era o esperado”, disse.

Criança recebe o imunizante contra o coronavírus na Espanha, neste mês; pelo menos 31 países já autorizaram a vacinação emcrianças Foto: Hannah Beier/REUTERS

A vigilância em aplicação de larga escala citada por Kfouri diz respeito, principalmente, aos Estados Unidos. Em um mês de vacinação, mais de 5 milhões de crianças entre 5 e 11 anos tomaram a primeira dose do imunizante da Pfizer e outro 1 milhão tomou a segunda dose. “Pouquíssimas reações adversas foram observadas, o que mostra a segurança”, disse o diretor da SBIm.

Em todos os países em que a Pfizer está autorizada para vacinar crianças, a recomendação é o uso de duas doses, com intervalo mínimo de 21 dias, cada uma com 10 microgramas - quantidade menor que a utilizada em adultos. O volume a ser aplicado também é menor, de 0,2 mL. 

As mesmas regras valem para o Brasil, de acordo com a autorização desta quinta-feira. Além disso, os frascos do imunizante serão de cor laranja para diferenciar das doses administradas em adultos e será necessário treinar profissionais de saúde para evitar eventuais erros.