29 de julho de 2019 | 16h15
Atualizado 14 de fevereiro de 2020 | 13h55
SÃO PAULO - O Rio de Janeiro registrou a primeira morte de sarampo neste século. Um bebê de oito meses foi a primeira vítima da doença no Estado desde o ano 2000. A criança morreu em 6 de janeiro, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, mas o caso só foi revelado pela Secretaria Estadual da Saúde nesta sexta-feira, 14.. O Estado separou perguntas comuns sobre o tema e mostra, a seguir, respostas apresentadas por especialistas sobre o sarampo. Leia:
O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, transmitida pela fala, tosse e espirro, e extremamente contagiosa. É uma doença grave que pode matar.
A catapora é uma doença infecciosa, altamente contagiosa, mas geralmente benigna, causada pelo vírus Varicela-Zoster, que se manifesta com maior frequência em crianças e com incidência no fim do inverno e início da primavera. Em crianças, geralmente é benigna e autolimitada. Em adolescentes e adultos, em geral, o quadro clínico é mais exuberante.
A transmissão do sarampo ocorre de forma direta, por meio de secreções expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. A transmissão ocorre de quatro a seis dias antes e até quatro dias após o aparecimento do exantema. O período de maior transmissibilidade ocorre dois dias antes e dois dias após o início do exantema.
Segundo o Ministério da Saúde, não existe tratamento específico para o sarampo. É recomendável a administração da vitamina A em crianças acometidas pela doença, a fim de reduzir a ocorrência de casos graves e fatais. O tratamento profilático com antibiótico é contraindicado.
Para os casos sem complicação manter a hidratação, o suporte nutricional e diminuir a hipertermia. Muitas crianças necessitam de quatro a oito semanas, para recuperar o estado nutricional que apresentavam antes do sarampo. As complicações como diarreia, pneumonia e otite média, devem ser tratadas de acordo com normas e procedimentos estabelecidos pela pasta.
Não. Quem já teve sarampo não precisa se vacinar novamente, uma vez que já possui os anticorpos para que a doença seja evitada.
Sim, o agravamento da doença pode levar à morte de crianças e adultos. As complicações do sarampo podem deixar sequelas, tais como: diminuição da capacidade mental, cegueira, surdez e retardo do crescimento.
Sim, é possível que haja coceira na fase de exantema, quando surgem erupções na pele de quem foi contaminado.
A vacina contra o sarampo integra o Programa Nacional de Imunizações (PNI) e é aplicada aos 12 meses, com reforço aos 15 meses com a tetraviral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela).
Até os 29 anos, a recomendação é tomar duas doses do imunizante. Entre 30 e 59 anos, a pessoa deve ser vacinada uma vez. Para quem não sabe se já tomou o número adequado de doses da vacina, a orientação é se vacinar.
O Ministério da Saúde recomenda que crianças a partir de 6 meses sejam vacinadas contra a doença. Chamada de "dose zero", a imunização não substitui as doses que devem ser tomadas aos 12 e 15 meses.
Ela evita o sarampo em 98% dos casos, mas é fundamental fazer o esquema vacinal completo.
"As pessoas que nasceram antes de 1960, já entraram em contato com a doença e já têm anticorpos", explica Solange.
Não é preciso, uma vez que não há prazo de validade para a imunização. Jon Carlos Delorenzi, especialista da Mackenzie, ressalta, porém, que, como há um surto da doença, é recomendado que todos tomem a vacina, mesmo já tendo se vacinado. “A pessoa não vai ficar doente, porque já foi vacinada - mas pode pegar o vírus e acabar o passando adiante. É o que chamamos de ‘efeito rebanho’”, explica.
Em uma ação de bloqueio, os agentes vacinam pessoas que trabalham, estudam e moram com a pessoa infectada. Caso ela more em um prédio, todos são imunizados. A vacinação também é realizada em quarteirões próximos. Mesmo quem está com o esquema completo é vacinado.
Após a notificação de um caso suspeito, até 72 horas.
"Sim, já era a tríplice viral. A campanha de 2008 e a campanha que fizemos com crianças de 1 a 4 anos no ano passado são fatores de proteção."
Por meio de análises clínicas, epidemiológicas e laboratoriais.
Febre alta, tosse, conjuntivite e manchas vermelhas no corpo
É uma doença grave que pode causar complicações como otite, pneumonia, cegueira, surdez e pode levar à morte
Entre quatro dias antes do aparecimento dos sintomas e sete dias após o desaparecimento deles. Uma pessoa com sarampo pode infectar entre 11 e 18 pessoas.
Não há um tratamento específico para a doença. Algumas pessoas precisam ficar internadas para receber hidratação.
Grávidas, imunossuprimidos e crianças menores de seis meses. Crianças de seis meses a 1 ano só são imunizadas quando há bloqueio vacinal.
A recomendação é que os pais evitem locais com aglomeração, mantenham a higienização adequada e procurem um serviço de saúde ao notar sintomas da doença, como febre, manchas vermelhas pelo corpo, coriza e manchas brancas na mucosa oral.
O sarampo na gravidez, embora raro, pode gerar complicações como parto prematuro e abortos espontâneos. Gestantes não devem se vacinar.
É uma condição em que a pessoa, mesmo imunizada, não desenvolve a imunidade para aquela doença.
O problema geralmente acontece em pessoas que foram vacinadas contra o sarampo antes do primeiro ano de vida ou que sofrem de doenças que deixam o sistema imunológico mais enfraquecido, como câncer e HIV/Aids.
A vacina contra o sarampo é gratuita.
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