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Vendedor luta contra avanço da Síndrome de Guillain-Barré

Ele apresentou febre, dor no corpo e nas articulações em dezembro de 2014; no mês seguinte, já estava sem forças nas pernas

Por Paula Felix
Atualização:
Santos ficou em coma e respirava por aparelhos Foto: ARQUIVO PESSOAL/ESTADÃO

Desde janeiro, o vendedor Cristiano Santos, de 40 anos, luta contra o avanço agressivo da Síndrome de Guillain-Barré (SGB). Morador do Recife, ele apresentou febre, dor no corpo e nas articulações em dezembro de 2014. No mês seguinte, já estava sem forças nas pernas e com dificuldades para andar.

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“Ele não me contou se fez um exame mais aprofundado. O primeiro diagnóstico foi de dengue, mas pode ter sido zika. Em dezembro, não tinha todo esse ‘holofote’ que tem hoje”, conta o companheiro de Santos, o jornalista Miguel Rios, de 47 anos.

Rios diz que o parceiro, com quem vive há 17 anos, ficou internado durante oito meses na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), chegou a ter uma parada respiratória e apresentou lesões no cérebro. “Ele passou um período em coma, não conseguia sair da respiração mecânica, não conseguia acordar. Agora, já ouve, tenta falar, mexe os braços, tem movimentos nas pernas. Há dias em que ele dorme demais. Mas, pelo menos, o prognóstico de que ele iria morrer ou ficar em estado vegetativo está se desconstruindo.”

O jornalista diz que, inicialmente, a família pensou que a dengue poderia ter causado complicações mais severas. Com a gravidade do caso, não buscou se aprofundar sobre a possibilidade de contaminação com o zika vírus. “A gente achava que era dengue, que é a doença mais famosa. Não desconfiamos”, afirmou.

Luta. Rios afirma que tem se dividido entre suas responsabilidades profissionais e o apoio constante ao companheiro. “A gente precisa estar perto para ativar o cérebro dele para vencer as dificuldades.”

Parentes próximos também estão acompanhando a rotina hospitalar e dando estímulo diariamente para que o processo de recuperação seja menos sofrido para o vendedor.

Rios defende que uma mudança drástica seja feita para que mais pessoas não se tornem vítimas da síndrome, ainda pouco conhecida. “Como vai controlar esse problema em um País que tem a cultura de jogar lixo na rua? Tem de fazer uma mudança de cultura para resolver isso”, afirmou.

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