
01 de junho de 2011 | 17h12
Londres - Uma equipe de cientistas detectou pela primeira vez, em uma mina da África do Sul, organismos multicelulares nas camadas mais profundas da biosfera terrestre.
O estudo, publicado no último número da revista Nature, apresenta uma nova perspectiva a respeito da biodiversidade sob a superfície do planeta.
Abaixo da crosta terrestre, a biosfera alcança profundidades de até três quilômetros, e abriga uma ampla variedade de organismos unicelulares.
Até agora, no entanto, os cientistas pensavam que os organismos multicelulares não sobreviveriam nesse ambiente devido às altas temperaturas, à falta de oxigênio e ao espaço limitado.
No entanto, a equipe do geólogo da universidade de Princeton (EUA) Tullis Onstott detectou diversos vermes nemátodos, incluindo uma espécie desconhecida (batizada de Halicephalobus mephisto), entre 0,9 e 3,6 quilômetros abaixo da superfície terrestre, em uma rachadura formada pela água no interior de uma mina.
Essas criaturas, que medem cerca de meio milímetro, suportam altas temperaturas, se reproduzem de maneira assexuada e se alimentam preferencialmente de bactérias.
Os testes com carbono-14 indicam que a rachadura na qual os nemátodos foram encontrados se formou entre 3 mil e 12 mil anos atrás.
Os resultados da pesquisa indicam que os ecossistemas localizados sob a superfície terrestre são mais complexos do que se acreditava até agora e podem causar grandes implicações na busca de vida em outros planetas.
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