GENEBRA - O vírus do Ebola pode ser transmitido pelo esperma, mesmo três meses depois de um paciente ter sido curado da doença. Um levantamento publicado nesta segunda-feira, 6, pela Organização Mundial da Saúde (OMS) insiste que não existem indicações de que o vírus que está causando um caos no oeste da África possa passar de uma pessoa a outra apenas pelo ar. Mas alerta que o Ebola é "transmitido entre humanos por meio de contato físico direto com fluidos infectados, como sangue, fezes e vômito".
Diante de um número cada vez mais assustador de casos de pessoas contaminadas, a OMS tenta esclarecer em quais circunstâncias a doença tem sido transmitida. Além de um contato com o sangue, o vírus também é propagado pelo contato com a urina de um doente ou pelo leite materno. Lágrimas e salivas também podem transmitir o vírus, ainda que os estudos conduzidos sobre o assunto sejam limitados.
A entidade aponta que estudos têm revelado que o vírus persiste no sêmen por pelo menos 70 dias, enquanto existem indicações que poderia superar até mesmo 90 dias.
Outra forma de contágio é o contato com superfícies e objetos que tenham sido tocados por fluidos de pessoas contaminadas. Mas a OMS deixa claro que "o risco de transmissão" nesses casos é "baixo" e que tal problema pode ser reduzido com uma limpeza constante dos objetos.
Ar. Apesar de altamente contagiante, o vírus não se propaga pelo ar. Segundo a OMS, "esse modo de transmissão não tem sido observado".Ser contaminado por meio de uma tosse ou um espirro, portanto, seria "raro".
Mas a entidade alerta que, teoricamente, tocar em uma gota de um líquido ou muco de uma pessoa infectada poderia transmitir o vírus. Mas a pessoa infectada precisaria estar em uma curta distância.
A OMS também alerta que, por enquanto, não registrou qualquer evidência de uma mutação do vírus do Ebola, o que garante que o modo de transmissão continua igual.
Para a entidade, o que existe até agora é "pura especulação" de que o vírus tenha sofrido uma mutação e, para frear o vírus, o que precisa ser feito é implementar as medidas de prevenção que já existem.