Zona sul de SP concentra registro de larvas do 'Aedes'

Em visitas no fim do ano passado, agentes de saúde encontraram 1,6 mil recipientes de água com larvas - 1,3 mil só nesta região

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Por Juliana Diógenes
Atualização:
Para especialista, falta conhecimento do ciclo biólogico do mosquito Foto: AP Photo / Eraldo Peres

SÃO PAULO - Um levantamento da Prefeitura de São Paulo em imóveis com pelo menos um caso confirmado de dengue no ano passado revela que a zona sul da capital concentra 79% dos recipientes com larva do total de locais vistoriados. Os dados são indícios de que a região poderá ser palco de “explosão” de casos em 2016.

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Em 49.327 imóveis visitados pela administração municipal - todos com registro de infecção em 2015 -, 14.012 recipientes continham água acumulada, ambiente propício para a reprodução do Aedes aegypti. Desses, 1.644 registraram presença de larvas - 1.301 somente na região sul. Os números são da Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa).

As visitas ocorreram em novembro e dezembro em todas as regiões da cidade. Por ter liderado casos de dengue no ano passado - responsável por um terço (32.683) do total registrado na capital -, a zona norte recebeu o maior número de visitas (15.782), seguida da parte sul da cidade (11.025). 

Segundo o coordenador das ações de combate ao Aedes aegypti na Secretaria Municipal de Saúde, Alessandro Giangola, os números são “preocupantes”. “Isso mostra que, mesmo as pessoas tendo dengue, continuam mantendo criadouro disponível. Falta conhecimento do ciclo biológico do mosquito e como se prolifera.”

De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Dengue e Arboviroses, Artur Timerman, os dados são indicativos de que os casos vão “explodir” em até 10 dias na zona sul. Para Timerman, o alto número de recipientes com larva na região sul, em casas que já registraram caso de dengue, tem explicação na falta de saneamento básico. “A região apresenta problemas nas coletas de esgoto e lixo. O abastecimento de água tem deficiências. As pessoas não armazenam água por sacanagem, elas não têm água corrente como nas outras regiões.”

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