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Em pleno colapso, Queiroga diz ainda esperar chegada de 'kit intubação' e abertura de nova compra

O governo de São Paulo alerta o ministério sobre a falta destes fármacos há pelo menos 40 dias

Por Mateus Vargas
Atualização:

BRASÍLIA - O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta quarta-feira, 14, que o Brasil deve receber em até dez dias medicamentos usados para intubar pacientes em estado grave da covid-19, como sedativos e bloqueadores neuromusculares, que estão em falta em diversas regiões do País. Além disso, o governo federal abrirá um pregão internacional para a compra desses fármacos. 

O governo de São Paulo alerta o ministério sobre a falta dos fármacos há pelo menos 40 dias. Em ofício enviado na terça-feira, 13, a Queiroga, o secretário Jean Gorinchteyn pede apoio federal em 24h, sob pena de colapsar a rede de atendimentos no Estado mais populoso do País.

UTI para tratamento da covid-19 Foto: Tiago Queiroz/Estadão

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"O governo federal, através de iniciativa conjunta com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), fez uma compra direta (de medicamentos). Esperamos que nos próximos dez dias tenhamos o nosso estoque regulador fortalecido", disse Queiroga, em declaração à imprensa no Palácio do Planalto, sem detalhar por quanto tempo esta compra servirá ao SUS.

Em 29 de março, Queiroga disse que a compra de medicamentos via Opas levaria 15 dias para chegar ao País, o que teria normalizado a entrega dos produtos. A promessa, porém, não se cumpriu. 

Há mais de 1 mês a Saúde recebe relatos sobre esse desabastecimento. Os medicamentos garantem que o paciente seja intubado sem sentir dores ou até tentar arrancar o tubo como uma reação involuntária. Em meados de março, o governo federal passou a requisitar estoques da indústria nacional, o que não foi suficiente. 

Não é a primeira crise de desabastecimento de medicamentos para intubação nesta pandemia. Em tese, esses produtos são comprados por Estados e municípios, mas a crise levou o mercado a ficar desregulado.

Em cenários como este, é normal que a Saúde faça grandes compras para equilibrar os estoques nacionais e evitar um leilão entre prefeitos e governadores. Em meados de 2020, o governo já requisitou estoques de "kit intubação" da indústria, mas as compras voltaram a ser feitas por secretarias locais em setembro, quando a demanda caiu.

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