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Norte da Itália cancela missas e fecha atrações turísticas diante de alerta de coronavírus

País europeu já registra sete mortes e 229 casos da doença; escolas, universidades e cinemas também foram afetados

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Por Redação
Atualização:

ROMA - Até as missas estão canceladas no norte da Itália por causa do coronavírus. Decreto do Ministério da Saúde com regras para residentes da região da Lombardia foi divulgado este fim de semana e tem validade até 1º de março: "evitar, na medida do possível, frequentar lugares superlotados e participar de manifestações e eventos públicos”, além das medidas extraordinárias, como restringir a circulação entre as cidades afetadas, fechar de 5,5 mil escolas de toda ordem e grau, creches, cinemas, discotecas e museus.  

Um bar próximo à Piazza del Duomo, no centro de Milão, fecha após medidas de segurança tomadas no norte da Itália contra o COVID-19, o novo coronavírus. Foto: Miguel MEDINA / AFP

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Atrações turísticas, como a catedral gótica El Duomo, o templo da ópera La Scala, foram fechadas. O tradicional Carnaval de Veneza foi suspenso. No país, já houve sete mortes e 229 casos confirmados

As celebrações eucarísticas foram suspensas nas duas regiões mais atingidas, em especial, na Lombardia e no Vêneto, e a Igreja está colaborando com as autoridades para conter a difusão do vírus. Em Milão, a diocese estabeleceu que as igrejas permaneçam abertas; mas que, nos oratórios, não sejam realizados encontros, iniciativas e reuniões.

Turistas usam máscaras protetoras enquanto caminham dentro da Galeria Vittorio Emanuele II, perto da Piazza del Duomo, no centro de Milão. Foto: Miguel MEDINA / AFP

O arcebispo de Milão, Mario Delpini, invocando a bênção de Deus sobre àqueles que estão doentes ou isolados, afirmou que “cada indicação que será dada para a prevenção e para comportamentos prudentes será acolhida com rigor pelas instituições eclesiásticas”. “Quem está sendo obrigado a suspender as atividades ordinárias encontrará ocasião para dias menos frenéticos: poderá viver o tempo à disposição também para rezar, pensar, buscar formas de proximidade com os irmãos e as irmãs”, finalizou o arcebispo.

O Patriarca de Veneza, Francesco Moraglia, também convida os fiéis a dedicarem “um tempo conveniente à oração e à meditação, eventualmente também se ajudando por meio das celebrações transmitidas pela rádio e pela TV”. Por precaução, paróquias do norte da Itália já estão tomando medidas de prevenção: durante as celebrações não será dada a saudação da paz, a comunhão será dada na mão e a água benta dos locais está sendo retirada.

Prateleiras vaziasem um supermercado, após surto de coronavírus, em Pioltello, perto de Milão, Itália. Foto: Flavio Lo Scalzo/REUTERS

Padre Gabriele Bernadelli, pároco da cidade de Castiglione d’Adda, dirigiu uma mensagem comovente aos fiéis, sobre a emergência sanitária que “parecia estar distante, mas que agora está aqui na nossa casa”. Ele fala de seguir as indicações das autoridades, como a suspensão das missas, mas não de deixar de rezar, ao contrário, “incrementá-la”.

Setor turístico já sofre com desistências

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O setor hoteleiro também está preocupado por causa do cancelamento de 25% das viagens de negócios a Milão. Para o turismo em Veneza, o índice de desistências é de 40%, o que eleva os temores de profundas perdas econômicas. 

No domingo, 23, um trem internacional que viajava entre Veneza e Munique foi detido à noite por algunas horas antes de cruzar a fronteira com a Áustria, como mediada de precaução porque dois passageiros alemães tinham febre. 

Turistas com máscaras protetoras no metrô da estação Duomo, no centro de Milão. Foto: Andreas SOLARO / AFP
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